São Paulo, segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

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CARMEN CLEMENTE WENZEL (1918-2010)

Nica e o ofício de modista da alta sociedade paulistana

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na juventude, Carmen Clemente Wenzel, apelidada Nica, foi costureira, mas, naquela primeira metade do século 20, seu ofício era mais conhecido pelo nome de modista. Os chiques vestidos que fabricava sob encomenda eram vendidos para as mulheres da alta sociedade paulistana. Nica era filha de espanhóis nascidos em Madri, que haviam migrado para a cidade de Rosário, na Argentina. Lá, seu pai foi chefe de departamento da Ferrocarriles Argentinos, estatal que controlava a rede ferroviária do país.
Eles tiveram quatro filhos, e aí decidiram vir para o Brasil. Em São Carlos, município a 232 km de São Paulo, Nica e o irmão Carlos nasceram. Depois, a família se mudou para a capital, onde montou a indústria gráfica Irmãos Clemente. Com um fabricante de máquinas gráficas chamado Rubens, que morava no mesmo bairro, ela acabou se casando -a união perdurou por mais de meio século.
Fazer vestidos, para Nica, servia principalmente para engrossar o orçamento do lar. Quando não precisou mais, ela parou de fazê-los.
Teve dois filhos, Paulo e Elisabeth. Aos 91, já havia perdido o filho e o marido. E, daqueles seis irmãos, ela era a única que ainda estava viva. Pequena e de aparência frágil, como a descreve a família, adoeceu a partir de agosto do ano passado. Morreu na terça-feira, de insuficiência respiratória. Deixa uma filha, quatro netos e cinco bisnetos. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h, na paróquia N. Sra. Mãe da Igreja, em SP.

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