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ADMINISTRAÇÃO
Serra lança programa que prevê a contratação de universitários para ajudar a alfabetizar alunos com dificuldade
Escolas municipais terão segundo professor
FABIO SCHIVARTCHE
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito José Serra (PSDB)
lançou ontem o programa Ler e
Escrever, que visa a melhoria da
qualidade de ensino nas escolas
da rede municipal. Um dos tucanos mais cotados para disputar a
Presidência neste ano, Serra qualificou esse projeto como o "mais
importante" de sua gestão.
A principal medida do Ler e Escrever será a contratação de 2.000
estudantes de pedagogia e letras
de universidades paulistas para
trabalharem como professores
auxiliares nas classes de 1ª série do
ensino fundamental. Eles vão ajudar no processo de alfabetização
dos 68.600 alunos da rede.
Segundo a secretária-adjunta de
Educação da prefeitura, Iara Prado, o projeto começará em março
com oito universidades credenciadas. Elas cederão alunos para
trabalharem como auxiliares, ganhando cerca de R$ 400 por jornada de 20 horas/aula semanais.
O segundo ponto do programa
abre a possibilidade para que estudantes da 4ª série com dificuldades de aprendizagem sejam
deslocados para classes especiais
com uma hora a mais de aula por
dia. O material didático também é
diferenciado. Cada escola poderá
optar por adotar ou não essas
classes especiais. Neste ano, 25%
da rede aderiu, com a participação de 17 mil alunos.
O terceiro ponto visa ampliar as
atividades de leitura, inclusive na
casa dos alunos.
O programa está sendo implantado após a prefeitura constatar
que 30% dos alunos que chegam à
4ª série não conseguem ler e escrever com competência, gerando
repetência e evasão escolar.
As propostas da gestão Serra
são elogiadas por especialistas em
educação (leia texto nesta página), mas podem encontrar dificuldades de implementação.
No material divulgado à imprensa, a prefeitura informa que
já há oito universidades conveniadas: a Universidade São Marcos, a
USP, a UniA, o Instituto Singularidade, a Unisal, a Associação de
Ensino Superior Elite, a Associação Paulista de Ensino e a Unicsul.
Elas preencheriam 25% das vagas
de auxiliar pedagógico.
Mas à Folha a Universidade São
Marcos disse que não conseguirá
participar do programa em 2006.
Além disso, a própria coordenadora do projeto, Iara Prado, diz
não saber se haverá alunos em
número suficiente para as quase
2.000 vagas pretendidas.
Animado ao anunciar o programa na manhã de ontem, em visita
a uma escola da zona leste, Serra
enfatizou que é preciso investir na
qualidade da educação. "A escola
pública em São Paulo se desenvolveu. Temos bons prédios, uniforme e merenda, além de estarmos
acabando com as escolas de lata.
Mas os alunos ainda não aprendem como a gente gostaria."
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