São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 2006

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ADMINISTRAÇÃO

Serra lança programa que prevê a contratação de universitários para ajudar a alfabetizar alunos com dificuldade

Escolas municipais terão segundo professor

FABIO SCHIVARTCHE
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito José Serra (PSDB) lançou ontem o programa Ler e Escrever, que visa a melhoria da qualidade de ensino nas escolas da rede municipal. Um dos tucanos mais cotados para disputar a Presidência neste ano, Serra qualificou esse projeto como o "mais importante" de sua gestão.
A principal medida do Ler e Escrever será a contratação de 2.000 estudantes de pedagogia e letras de universidades paulistas para trabalharem como professores auxiliares nas classes de 1ª série do ensino fundamental. Eles vão ajudar no processo de alfabetização dos 68.600 alunos da rede.
Segundo a secretária-adjunta de Educação da prefeitura, Iara Prado, o projeto começará em março com oito universidades credenciadas. Elas cederão alunos para trabalharem como auxiliares, ganhando cerca de R$ 400 por jornada de 20 horas/aula semanais.
O segundo ponto do programa abre a possibilidade para que estudantes da 4ª série com dificuldades de aprendizagem sejam deslocados para classes especiais com uma hora a mais de aula por dia. O material didático também é diferenciado. Cada escola poderá optar por adotar ou não essas classes especiais. Neste ano, 25% da rede aderiu, com a participação de 17 mil alunos.
O terceiro ponto visa ampliar as atividades de leitura, inclusive na casa dos alunos.
O programa está sendo implantado após a prefeitura constatar que 30% dos alunos que chegam à 4ª série não conseguem ler e escrever com competência, gerando repetência e evasão escolar.
As propostas da gestão Serra são elogiadas por especialistas em educação (leia texto nesta página), mas podem encontrar dificuldades de implementação.
No material divulgado à imprensa, a prefeitura informa que já há oito universidades conveniadas: a Universidade São Marcos, a USP, a UniA, o Instituto Singularidade, a Unisal, a Associação de Ensino Superior Elite, a Associação Paulista de Ensino e a Unicsul. Elas preencheriam 25% das vagas de auxiliar pedagógico.
Mas à Folha a Universidade São Marcos disse que não conseguirá participar do programa em 2006. Além disso, a própria coordenadora do projeto, Iara Prado, diz não saber se haverá alunos em número suficiente para as quase 2.000 vagas pretendidas.
Animado ao anunciar o programa na manhã de ontem, em visita a uma escola da zona leste, Serra enfatizou que é preciso investir na qualidade da educação. "A escola pública em São Paulo se desenvolveu. Temos bons prédios, uniforme e merenda, além de estarmos acabando com as escolas de lata. Mas os alunos ainda não aprendem como a gente gostaria."


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