São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Em busca do tri, Império é destaque em noite sem brilho

Apresentação correta, com luxo e beldades, põe escola da Casa Verde entre as favoritas ao título do Carnaval de SP

Carro que quase esmagou folião e menina que voava em comissão de frente foram as surpresas da primeira noite de desfiles

Leonardo Wen/Folha Imagem
No alto, destaques do primeiro dia de desfile em São Paulo; ao lado, integrantes da Império de Casa Verde no Sambódromo do Anhembi

DA REPORTAGEM LOCAL

Um "carro da CUT" que quase esmagou um folião, uma menina que voava numa comissão de frente e uma alegoria com 70 metros que nem sequer cabia na dispersão do Anhembi.
Essas foram algumas das surpresas da primeira noite do Carnaval de São Paulo, em que nenhuma escola conseguiu levantar a arquibancada em peso para cantar seu samba-enredo, mas que teve Império de Casa Verde e Unidos de Vila Maria como principais destaques.
A quase tragédia envolvendo um carro alegórico todo vermelho em homenagem à indústria automobilística, ao movimento sindical do ABC e à Central Única dos Trabalhadores (com um operário barbudo de destaque), por isso apelidado de "carro da CUT", ocorreu na concentração da Tom Maior.
O senador Eduardo Suplicy (PT) sambava desajeitado num cantinho quando um empurrador da alegoria foi prensado entre duas partes do veículo.
Michel Mota Faustino, o espremido, gritava, pedia ajuda, enquanto os demais empurradores tentavam livrar o colega. Em cima do carro, Suplicy parou de sambar, assustado.
Faustino foi internado no hospital do Mandaqui, sem sinais de fratura.
Quem foi ovacionada, de pé, pela platéia e também por jurados, foi a estreante no sambódromo Caroline Alves, 11. A menina voou na avenida. Ginasta há cinco anos, ela representou uma fênix na comissão de frente da Acadêmicos do Tucuruvi, que falava sobre a renovação da natureza. A todo momento, ela era jogada de um lado para outro pelos outros 14 componentes, que simbolizavam árvores.
Bastava Carol passar para que a arquibancada se levantasse e aplaudisse demoradamente. Na dispersão, os foliões, emocionados, a cumprimentavam, entre lágrimas.
Já na dispersão, integrantes e puxadores do carro abre-alas da Império de Casa Verde festejaram. A alegoria, com 70 m de comprimento e cinco imensos tigres de pelúcia, foi motivo de apreensão para a escola -cujo enredo falava dos impérios chinês, romano e inca.
O carro não cabia na dispersão e poderia atrasar a saída da agremiação da avenida. Em dois minutos, 70 desmontadores tiveram que dividir o carro em dois -ao conseguir, comemoraram como se fosse um gol.
Com beldades -Sheila Mello, ex-dançarina do "É o Tchan" à frente-, carros luxuosos e um desfile "certinho", a atual escola bicampeã está entre as favoritas ao título deste ano, apesar da correria de algumas alas no meio do desfile.
Também no páreo, a Unidos de Vila Maria mostrou um samba animado sobre a revitalização de Cubatão e criatividade nas alegorias, coloridas. A ala das baianas, por exemplo, tinha fantasias amarelas que imitavam a casca da banana.
Neste ano, nenhum carro alegórico ficou quebrado na concentração. Muitos deles também chamaram a atenção pelo cuidado com a parte traseira. Na Acadêmicos da Tucuruvi, por exemplo, as "costas" do abre-alas tinham uma imensa mulher-borboleta com flores nas mãos, como que cumprimentando os foliões.
Na madrugada de ontem, também desfilaram Nenê da Vila Matilde, Acadêmicos do Tucuruvi, Imperador do Ipiranga e X-9 Paulistana.
Na noite de ontem desfilariam as sete outras escolas do Grupo Especial -Pérola Negra, Vai-Vai, Unidos do Peruche, Mancha Verde, Águia de Ouro, Rosas de Ouro e Mocidade Alegre. (DANIELA TÓFOLI, ALESSANDRA BALLES, LAURA CAPRIGLIONE, ALENCAR IZIDORO, EVANDRO SPINELLI, FABIANE LEITE)


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