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Em busca do tri, Império é destaque em noite sem brilho
Apresentação correta, com luxo e beldades, põe escola da Casa Verde entre as favoritas ao título do Carnaval de SP
Carro que quase esmagou folião e menina que voava em comissão de frente foram as surpresas da primeira noite de desfiles
Leonardo Wen/Folha Imagem
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No alto, destaques do primeiro dia de desfile em São Paulo; ao lado, integrantes da Império de Casa Verde no Sambódromo do Anhembi
DA REPORTAGEM LOCAL
Um "carro da CUT" que quase esmagou um folião, uma menina que voava numa comissão
de frente e uma alegoria com 70
metros que nem sequer cabia
na dispersão do Anhembi.
Essas foram algumas das surpresas da primeira noite do
Carnaval de São Paulo, em que
nenhuma escola conseguiu levantar a arquibancada em peso
para cantar seu samba-enredo,
mas que teve Império de Casa
Verde e Unidos de Vila Maria
como principais destaques.
A quase tragédia envolvendo
um carro alegórico todo vermelho em homenagem à indústria
automobilística, ao movimento
sindical do ABC e à Central
Única dos Trabalhadores (com
um operário barbudo de destaque), por isso apelidado de
"carro da CUT", ocorreu na
concentração da Tom Maior.
O senador Eduardo Suplicy
(PT) sambava desajeitado num
cantinho quando um empurrador da alegoria foi prensado entre duas partes do veículo.
Michel Mota Faustino, o espremido, gritava, pedia ajuda,
enquanto os demais empurradores tentavam livrar o colega.
Em cima do carro, Suplicy parou de sambar, assustado.
Faustino foi internado no
hospital do Mandaqui, sem sinais de fratura.
Quem foi ovacionada, de pé,
pela platéia e também por jurados, foi a estreante no sambódromo Caroline Alves, 11. A menina voou na avenida. Ginasta
há cinco anos, ela representou
uma fênix na comissão de frente da Acadêmicos do Tucuruvi,
que falava sobre a renovação da
natureza. A todo momento, ela
era jogada de um lado para outro pelos outros 14 componentes, que simbolizavam árvores.
Bastava Carol passar para
que a arquibancada se levantasse e aplaudisse demoradamente. Na dispersão, os foliões,
emocionados, a cumprimentavam, entre lágrimas.
Já na dispersão, integrantes e
puxadores do carro abre-alas
da Império de Casa Verde festejaram. A alegoria, com 70 m
de comprimento e cinco imensos tigres de pelúcia, foi motivo
de apreensão para a escola
-cujo enredo falava dos impérios chinês, romano e inca.
O carro não cabia na dispersão e poderia atrasar a saída da
agremiação da avenida. Em
dois minutos, 70 desmontadores tiveram que dividir o carro
em dois -ao conseguir, comemoraram como se fosse um gol.
Com beldades -Sheila Mello, ex-dançarina do "É o
Tchan" à frente-, carros luxuosos e um desfile "certinho",
a atual escola bicampeã está
entre as favoritas ao título deste ano, apesar da correria de algumas alas no meio do desfile.
Também no páreo, a Unidos
de Vila Maria mostrou um samba animado sobre a revitalização de Cubatão e criatividade
nas alegorias, coloridas. A ala
das baianas, por exemplo, tinha
fantasias amarelas que imitavam a casca da banana.
Neste ano, nenhum carro
alegórico ficou quebrado na
concentração. Muitos deles
também chamaram a atenção
pelo cuidado com a parte traseira. Na Acadêmicos da Tucuruvi, por exemplo, as "costas"
do abre-alas tinham uma imensa mulher-borboleta com flores nas mãos, como que cumprimentando os foliões.
Na madrugada de ontem,
também desfilaram Nenê da
Vila Matilde, Acadêmicos do
Tucuruvi, Imperador do Ipiranga e X-9 Paulistana.
Na noite de ontem desfilariam as sete outras escolas do
Grupo Especial -Pérola Negra,
Vai-Vai, Unidos do Peruche,
Mancha Verde, Águia de Ouro,
Rosas de Ouro e Mocidade Alegre.
(DANIELA TÓFOLI, ALESSANDRA BALLES, LAURA CAPRIGLIONE, ALENCAR
IZIDORO, EVANDRO SPINELLI, FABIANE
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