São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Rapaz de 16 é filmado ao matar comerciante

Assassinato ocorreu no dia 9 na zona norte de SP, mas polícia só chegou ao jovem após apreender pistola rara usada no crime

Dono de bar reagiu a assalto e adolescente, que dava cobertura a outro criminoso, atirou, mesmo sabendo que havia câmeras no local

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A apreensão de uma Luger calibre 9 mm-arma desenvolvida para a tropa de elite do regime nazista atuar na Segunda Guerra- fez com que a polícia de São Paulo solucionasse um latrocínio (roubo seguido de morte) cometido por um rapaz de 16 anos, no último dia 9.
O crime que tirou a vida do comerciante japonês Akiteru Nagoa, 62, ocorreu dentro de seu bar no bairro Moinho Velho, região da Freguesia do Ó (zona norte de SP), e foi gravado pelas quatro câmeras que a vítima mantinha no local.
O vídeo mostra um assaltante rendendo o comerciante, que reagiu. O jovem, que dava cobertura ao outro criminoso, aparece e mata Nagoa.
Quase uma semana após o crime, PMs desconfiaram de um Santana Quantum na região de Parada de Taipas. O carro era roubado e a polícia prendeu Bruno Cesar Pereira, 20, que estava com a pistola Luger.
Até então, o caso, levado para o 74º DP (Parada de Taipas), distante do 28º DP vários quilômetros, seguia apenas como crime de porte ilegal de arma e receptação de carro roubado, já que o sistema de comunicação da polícia não é totalmente integrado e delegacias da mesma região demoram para saber quem foi preso.
Por coincidência, na noite em que a arma foi apreendida, os policiais do 28º DP que cuidavam do caso de Nagoa passaram pelo 74º DP, onde souberam da pistola. Cruzaram informações e descobriram que Pereira estava em um carro na porta do bar de Nagoa, no dia do crime, à espera dos dois outros criminosos.
Após a confissão de Pereira, o rapaz foi preso às 6h30 de ontem no apartamento da família, em Parada de Taipas.
À Folha, o rapaz disse que, mesmo sabendo da existência das câmeras no bar de Nagoa, atirou por acreditar que o comerciante iria pegar uma arma. Sem passagem pela polícia, disse que participou do assalto porque pensava que nas 18 máquinas caça-níqueis mantidas no lugar havia R$ 30 mil. Disse que queria "arrumar dinheiro para cuidar de sua filha, que nascerá em um mês."


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