São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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Versão da polícia indignou Paula, diz pai

A pernambucana recebeu alta ontem após ficar internada por 6 dias para se recuperar da agressão que afirma ter sofrido

A advogada saiu pelos fundos do hospital e foi para o apartamento que divide com o namorado suíço, a quase 3 km de Zurique

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

A pernambucana Paula Oliveira, 26, recebeu alta ontem do Hospital Universitário de Zurique. Ela ficou internada durante seis dias para se recuperar da agressão que afirma ter sofrido na semana passada.
Segundo o pai da moça, Paulo Oliveira, sua filha já sabe que a polícia suíça desmentiu a versão de que estava grávida no dia em que o ataque teria ocorrido e suspeita que ela tenha provocado os ferimentos que atribui a três neonazistas. As conclusões da polícia a deixaram "indignada", contou o pai.
Paulo disse que "ainda não chegou a hora" de buscar proteção legal para a filha, embora os jornais suíços insistam que ela pode ser processada caso fique provado que enganou as autoridades.
A pernambucana também pode perder o emprego no escritório em Zurique da multinacional dinamarquesa Maersk. Sem se identificar, uma funcionária do departamento de recursos humanos da empresa disse ontem que Paula será demitida se a polícia concluir que sua versão é falsa.
A brasileira recebeu alta no fim da manhã de ontem, mas só deixou o hospital pouco após as 19h (15h de Brasília), pela porta dos fundos, porque ainda estava "muito abalada", disse o pai.
"Ela continua sentindo muitas dores, está chocada e triste", disse ele, que nos últimos dias havia dito que a filha sairia do hospital pela porta da frente. Ontem o plano mudou.
Paula preferiu evitar os jornalistas brasileiros que a esperavam. "Está fragilizada. Numa situação como essa, é normal que não queira aparecer."
Enquanto o pai despistava a imprensa, Paula já tinha voltado de táxi ao apartamento que divide com o namorado, em Dübendorf, localizado a 3 km de Zurique. Paulo disse que ainda não sabe quando ela voltará ao Brasil, aonde pretende levar a filha para passar um período de descanso.
"Os planos agora são deixar o tempo sarar as feridas", disse o advogado pernambucano, descartando que a filha volte nesta semana para Recife, como havia planejado antes do incidente. "Todo mundo tem o plano de voltar, mas não agora", disse. "Até porque, no Brasil, é tempo de Carnaval."


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