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Chuva faz Rebouças virar rio e alaga Pompeia
Tempestade causou falta de luz no Alto de Pinheiros e na Vila Madalena; 3 túneis ficaram fechados e Congonhas parou por 40 minutos
Toda a cidade de São Paulo ficou em estado de atenção, segundo o CGE; após dez dias, Jardim Pantanal (zona leste) voltou a inundar
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Carro fica parcialmente submerso no cruzamento da av. Francisco Matarazzo com a av. Pompeia; as chuvas do fim da tarde alagaram várias áreas da cidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 12 dias, as fortes
tempestades de verão voltaram
a amedrontar os paulistanos.
Ontem, as chuvas do fim da
tarde alagaram novamente várias áreas da cidade muito rapidamente, pegando os motoristas de surpresa. Mais uma vez,
faltou luz. Parte do Alto de Pinheiros e da Vila Madalena (zona oeste da capital) estava no
escuro às 22h.
Na zona leste, após dez dias
seco, o Jardim Pantanal também voltou a alagar. Na zona
sul, o aeroporto de Congonhas
fechou por 40 minutos.
Uma das avenidas que viraram rio, por exemplo, foi a Rebouças. Muita água e sacos de
lixo desceram a via em direção
à rua Henrique Schaumann. O
cruzamento das duas vias ficou
totalmente alagado, com meio
metro de água. Cinco carros tiveram que ser rebocados.
"É normal aqui encher, mas,
como desta vez, nunca tinha
visto", disse José Evangelista,
53, funcionário de uma banca
de jornal. A vendedora Stela
Nunez, 34, preferiu ficar dentro do carro, e esperar. "A água
subiu realmente muito rápido."
Na Vila Madalena, o transbordamento de um córrego,
perto da escola de samba Pérola Negra, na rua Girassol, destruiu a calçada e alagou um carro. Perto dali, um automóvel foi
arrastado por meio quarteirão.
As águas de fevereiro causaram mais transtornos no cruzamento da Turiassu com a Pompeia, em outra área da zona oeste. O garçom Francisco Rodrigues Soares viu o seu Kadet ficar inundado pelas águas, que
subiram rapidamente, por volta das 18h30.
"A água cobriu até o teto. Estava indo para o trabalho, mas
agora não sei o que fazer. Vou
ter que esperar o socorro mecânico", disse Soares.
Às 20h, o trânsito fluía normalmente na região. Na marginal Pinheiros, porém, o tráfego
carregado se arrastou até as
22h. Motoristas que se dirigiam
da região da Berrini para Pinheiros chegaram a levar quatro horas para fazer o percurso.
Toda a cidade de São Paulo ficou em estado de atenção por
causa da chuva, segundo o CGE
(Centro de Gerenciamento de
Emergência). As tempestades
foram resultado da chegada de
uma frente fria, que se encontrou com o ar quente. Fenômeno que deve diminuir a temperatura. Hoje, os termômetros
não devem passar dos 25C.
De acordo com o CGE, a estação da Consolação (região central), que fica na rua Bela Cintra, registrou 69 mm de precipitação, o que representa 32%
da média prevista para fevereiro. Na Lapa, choveu 61,4 mm e
em Pinheiros, 55,7 mm. São
Paulo chegou a ter 75 pontos de
alagamento e três túneis interditados, informou a CET.
Os túneis Max Feffer, no
Itaim Bibi, e Jornalista Fernando Vieira de Mello, em Pinheiros (ambos na zona oeste) ficaram bloqueados nos dois sentidos. O túnel do Anhangabaú, na
região central, ficou fechado
das 19h08 às 19h55.
As fortes chuvas de ontem
também atrapalharam a volta
do feriado de Carnaval. Na Ayrton Senna, o trânsito ficou lento entre os km 34 e 19.
(TALITA BEDINELLI, VINICIUS QUEIROZ GALVÃO,
AFONSO BENITES e EDUARDO GERAQUE)
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