São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011 |
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Desde 2007, governo já previa apagões neste ano Segundo estudo, mesmo se obras fossem feitas, risco chegaria a índice crítico Relatório do governo apontava a fragilidade do sistema em SP, o que aumentaria o risco na região Sudeste do país JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DE BRASÍLIA O Ministério das Minas e Energia sabia, desde 2007, que o risco de apagões no sistema elétrico chegaria a um índice crítico neste ano. A conclusão está em um estudo elaborado pelo próprio ministério, chamado "Análise de Confiabilidade da Rede Básica", que apontava que a situação do setor só melhoraria em 2012, com a inauguração de dezenas de subestações e a entrada em operação do sistema de transmissão do rio Madeira. Mas o problema é que, mesmo com a previsão de mais apagões, várias dessas obras atrasaram -muitas em razões de restrições ambientais (veja na pag. C3). A causa do mais recente apagão na cidade de São Paulo, por exemplo, foi a demora na entrega da subestação Piratininga 2, que deveria estar pronta em abril de 2010 e só começou a ser construída no final do ano passado. O projeto é da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista. O apagão do último dia 8, que durou 15 minutos, afetou cerca de 2,5 milhões de pessoas. Em 2007, o relatório previa que São Paulo teria a situação mais sensível, o que aumentaria o índice de risco no Sudeste. E a causa seria a insuficiência de subestações. Os técnicos da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), que fizeram o estudo, já detectavam que possíveis falhas em subestações teriam a "contribuição mais significativa" para a vulnerabilidade. Segundo o relatório, "o pior ano é 2011" e a situação estaria mais confortável a partir de 2012, quando estariam prontas as linhas de interligação Acre-Rondônia e Sudeste-Centro-Oeste e entrariam em operação as usinas Santo Antonio e Jirau. O engenheiro Carlos Kirchner, diretor do Seesp (sindicato da categoria em SP), diz que a regulamentação do setor provocou um "jogo de empurra" entre concessionárias de geração, transmissão e distribuição. Com isso, diz Kirchner, o setor de transmissão -linhas e subestações-, que depende de aval da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para investir, ficou defasado e não consegue "entregar" energia às distribuidoras, que levam a rede às casas. Porém, a responsabilidade pelas condições em São Paulo não é só da União, diz Washington Santos, diretor do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo. "Quem privatizou a Cteep foram os tucanos, mas a Aneel também não faz sua parte." Procurado pela Folha, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou. Próximo Texto: Trazer luz de longe é arriscado, diz engenheiro Índice | Comunicar Erros |
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