São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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Hotel negocia prédio de hospital tombado

Dona do prédio do Umberto Primo, conhecido como hospital Matarazzo, confirma que está prestes a vender o imóvel

Grupo Allard pretende restaurar o complexo para fazer ali o primeiro hotel classificado como "seis estrelas" do Brasil

Joel Silva/Folhapress
Vista do antigo hospital Umberto Primo, situado na região da Paulista

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

O antigo hospital Umberto Primo, também conhecido como hospital Matarazzo, na região da avenida Paulista, está próximo de ser vendido.
O principal interessado, segundo a Folha apurou, é o grupo proprietário do hotel Le Royal Monceau, em Paris, recentemente reformado.
A ideia do grupo Allard é restaurar o antigo hospital para fazer ali o hotel mais luxuoso do Brasil, classificado internacionalmente como "seis estrelas", e outro padrão cinco estrelas.
A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil dono do prédio, confirma que está "em estágio avançado de negociação com grupos de investidores interessados no imóvel".
O órgão, no entanto, não informa quem seriam os investidores interessados nem qual é o destino que deve ser dado ao prédio.
O grupo Allard, que mantém um escritório e um diretor-executivo no Brasil desde 2008, não respondeu. Informou apenas que, na próxima semana, deve ter novidades sobre o assunto, mas não confirmou nem sequer se está relacionado com a negociação com a Previ.
Alexander Allard, presidente do grupo, é conhecido nos Estados Unidos e na Europa por seus investimentos no mercado de alto luxo.
O Le Royal Monceau, por exemplo, foi comprado por ele em 2007 e reformado com projeto do renomado designer Philippe Starck.
O projeto para o hospital Matarazzo, que também deve ser assinado por Starck, inclui ainda uma galeria de arte e uma área para shows. Os dois -Allard e Starck- estiveram em São Paulo no fim do ano passado, mas não revelaram quais negócios pretendiam fazer na cidade.
A Folha apurou que o grupo já está, inclusive, negociando a contratação de uma frota de táxis -seriam 30 carros, dez deles blindados- para atender aos futuros clientes dos hotéis.
O prédio é tombado pelos órgãos do patrimônio histórico estadual e municipal, que ainda não foram consultados sobre a possível reforma.
No ano passado, a Previ pediu autorização para fazer uma manutenção no prédio -havia telhas quebradas e calhas entupidas. Neste ano, novo pedido, agora para instalar sistema anti-incêndio.
O complexo com dez edifícios foi construído entre 1904, quando a ala administrativa foi inaugurada, e 1974. Endividado, o hospital fechou em 1993, quando o prédio foi vendido à Previ.
No total, são 26,3 mil m2 de área construída em um terreno de 19 mil m2. Corretores que atuam na região da avenida Paulista estimam que o imóvel valha, pelo menos, R$ 160 milhões, podendo chegar a R$ 260 milhões.

Colaborou ALENCAR IZIDORO


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