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Medida não deixa nome sob segredo
DA REPORTAGEM LOCAL
A não-divulgação do nome dos
juízes de execução criminal em
suas decisões, mas a possibilidade
de saber o nome do magistrado
ao ver o processo, mesmo tendo
de mostrar documentos, não caracteriza um "juiz sem rosto" como no modelo colombiano, diz
Walter Maierovitch, juiz aposentado e presidente do Instituto
Brasileiro de Ciências Criminais
Giovanne Falcone.
Para ele, a medida anunciada
pelo presidente do Tribunal de
Justiça de São Paulo, Sérgio Augusto Nigro Conceição, cria a figura de um "juiz de meio rosto" e
não trará grandes avanços para a
segurança dos magistrados.
"O crime organizado, que tem
poder de intimidação, manda um
laranja intimidado. Na hora que
acontecer alguma coisa, ele vai falar "me mandaram aqui porque
tem um sujeito com uma metralhadora na boca da minha filha"."
Apesar disso, a medida é a possível dentro da atual legislação
brasileira, que permite ao advogado do réu saber quem é o juiz para
eventualmente pedir que seja
considerado parcial ou impedido.
Segundo Maierovitch, o "juiz
sem rosto" colombiano foi adotado após 12 juízes da Suprema
Corte terem sido assassinados pelo cartel de Medellín, de Pablo Escobar. O nome do juiz não era revelado nem nas condenações, feitas em nome do Poder Judiciário.
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