|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Nossa postura não é de prende e arrebenta"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Febem aprendeu a lição. A
afirmação é do novo presidente
da fundação, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, há pouco mais de
um mês no cargo. Ele reconhece
que a Febem cometeu em Franco
da Rocha os mesmos erros que no
complexo da Imigrantes, mas disse que as falhas, principalmente a
"política da tranca", não serão repetidas pela nova gestão.
"Nossa postura não é de prende
e arrebenta. Nossa postura é tranquila, mas firme. Essa cultura [de
trancar menores para evitar rebeliões" era mais em Franco da Rocha, era a cultura que havia. Mas
aprendemos com os equívocos e
com muita coisa boa que foi feita.
E a gente aprendeu a lição", afirmou o presidente.
Segundo ele, os problemas em
Franco da Rocha são resultado de
uma "baderna de 300 pessoas e
um grupelho de funcionários".
Para controlar a rotina das unidades, o presidente disse que vai
criar uma Corregedoria da Febem
e um manual com as principais
normas de conduta. Uma possibilidade será adaptar a "via rápida"
-agilização de processos que
apuram irregularidades praticadas por policiais paulistas- para
a fundação. "Estamos acompanhando esses procedimentos e estamos vendo no que pode ser
aproveitado."
A Febem afastou 34 funcionários da unidade 31 por suspeita de
facilitação de rebeliões. Desses, 28
estão sofrendo processo administrativo. Anteontem, a fundação
demitiu seis funcionários por justa causa das unidades 30 e 31 por
omissão, entrega de chave de dormitório para adolescente e venda,
por R$ 60, de chave de algemas
para interno que seria escoltado
para atendimento fora da unidade da Febem.
A fundação pretende abrir de
500 a 600 vagas até o final do ano.
Oliveira e Costa reconhece que
manter uma alta concentração de
menores de alta periculosidade é
um erro. "Vamos distribuí-los em
pequenas unidades, de no máximo 40 internos."
Segundo ele, as investigações já
identificaram um grupo de funcionários que boicota a Febem.
Agente em 3 dias
Uma das propostas da nova gestão da Febem é investir na formação dos funcionários. Segundo
Oliveira e Costa, a formação de
uma agente leva apenas de três a
cinco dias. A idéia é aumentar a
formação inicial e criar cursos de
reciclagem. "Hoje, na verdade,
não é uma capacitação. O funcionário recebe informações a respeito da Febem", disse o presidente. Um dos projetos é criar um
serviço de apoio psicológico aos
funcionários.
Texto Anterior: Unidades concentram reincidentes Próximo Texto: Panorâmica - Foz do Iguaçu: Justiça Federal prorroga prisões de detidos Índice
|