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São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2003

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"Nossa postura não é de prende e arrebenta"

DA REPORTAGEM LOCAL

A Febem aprendeu a lição. A afirmação é do novo presidente da fundação, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, há pouco mais de um mês no cargo. Ele reconhece que a Febem cometeu em Franco da Rocha os mesmos erros que no complexo da Imigrantes, mas disse que as falhas, principalmente a "política da tranca", não serão repetidas pela nova gestão.
"Nossa postura não é de prende e arrebenta. Nossa postura é tranquila, mas firme. Essa cultura [de trancar menores para evitar rebeliões" era mais em Franco da Rocha, era a cultura que havia. Mas aprendemos com os equívocos e com muita coisa boa que foi feita. E a gente aprendeu a lição", afirmou o presidente.
Segundo ele, os problemas em Franco da Rocha são resultado de uma "baderna de 300 pessoas e um grupelho de funcionários". Para controlar a rotina das unidades, o presidente disse que vai criar uma Corregedoria da Febem e um manual com as principais normas de conduta. Uma possibilidade será adaptar a "via rápida" -agilização de processos que apuram irregularidades praticadas por policiais paulistas- para a fundação. "Estamos acompanhando esses procedimentos e estamos vendo no que pode ser aproveitado."
A Febem afastou 34 funcionários da unidade 31 por suspeita de facilitação de rebeliões. Desses, 28 estão sofrendo processo administrativo. Anteontem, a fundação demitiu seis funcionários por justa causa das unidades 30 e 31 por omissão, entrega de chave de dormitório para adolescente e venda, por R$ 60, de chave de algemas para interno que seria escoltado para atendimento fora da unidade da Febem.
A fundação pretende abrir de 500 a 600 vagas até o final do ano. Oliveira e Costa reconhece que manter uma alta concentração de menores de alta periculosidade é um erro. "Vamos distribuí-los em pequenas unidades, de no máximo 40 internos."
Segundo ele, as investigações já identificaram um grupo de funcionários que boicota a Febem.

Agente em 3 dias
Uma das propostas da nova gestão da Febem é investir na formação dos funcionários. Segundo Oliveira e Costa, a formação de uma agente leva apenas de três a cinco dias. A idéia é aumentar a formação inicial e criar cursos de reciclagem. "Hoje, na verdade, não é uma capacitação. O funcionário recebe informações a respeito da Febem", disse o presidente. Um dos projetos é criar um serviço de apoio psicológico aos funcionários.


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