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SEGURANÇA
Nagashi Furukawa, responsável pela administração do sistema carcerário, anuncia instalação de aparelhos de raio-X
Cresce corrupção em presídios, diz secretário
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao explicar a entrada de armas,
telefones celulares e de uma granada no CDP de Pinheiros, o secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi
Furukawa, disse que está aumentando a corrupção entre os funcionários dos presídios paulistas.
Segundo ele, pode ter havido facilitação na segurança e falha na
revista de visitantes no presídio.
"São hipóteses que temos de investigar. Mas vem aumentando a
quantidade de processos de apuração [de irregularidades de funcionários]", afirmou Furukawa.
Dados da corregedoria do sistema prisional de São Paulo sobre
punições aplicadas nos últimos
anos a funcionários acusados de
corrupção, facilitação de fuga e
outras irregularidades reforçam
suas afirmações. Em 2000, houve
35 demissões. No ano seguinte,
72. No ano passado os números
cresceram: foram 53 demissões,
50 suspensões e 8 repreensões.
Para combater esse problema,
Nagashi disse que, nos próximos
dias, entrarão em funcionamento
nas entradas de 47 centros de detenção e penitenciárias novos
aparelhos de raio-X comprados
pelo Estado. "[A iniciativa] não
vai resolver todos os problemas
que as unidades enfrentam, mas
deve inibir a ação dos maus funcionários", disse.
Só pacotes levados por visitantes -chamados de jumbos-
passarão pelos aparelhos, semelhantes aos usados em aeroportos. As pessoas continuarão a passar por detectores de metais.
Hoje, nem todos os funcionários são revistados -é feito um
sorteio diário. "Muita coisa precisa ser melhorada. [A entrada de
pistolas e granadas] é um fato gravíssimo. Isso jamais deveria acontecer", afirmou Furukawa.
Dados da Secretaria da Administração Penitenciária apontam
para a superlotação do sistema.
Hoje, há 84.617 vagas. Mas o número de detentos é maior: 111.132.
O déficit passa de 25 mil unidades.
"Se todas as unidades estivessem funcionando na sua capacidade, seria o ideal. Mas a superlotação é algo que independe da
nossa vontade. Criamos mais de
50 mil vagas em cinco anos, mas o
número foi inferior ao aumento
do número de presos", justificou.
O diretor de formação do sindicato que representa os agentes penitenciários, Luiz Antonio Ribeiro dos Santos, critica o secretário.
"Em todas as profissões existem
bons e maus funcionários. Ele não
pode desmerecer toda uma categoria com base em alguns que não
têm responsabilidade no trabalho", afirmou.
Ele disse ainda que o trabalho é
negligenciado porque há falta de
servidores nas penitenciárias.
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