DA REPORTAGEM LOCAL

Após a rebelião que deixou dois agentes penitenciários mortos, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo ameaça iniciar hoje uma paralisação.
"Desta vez, a greve será daquelas de abandonar os presídios. A vida vale mais do que R$ 1.000", afirmou o secretário geral do sindicato, Antonio Ferreira, 50. Segundo ele, o déficit de funcionários e a conseqüente insegurança no trabalho é o maior problema da categoria atualmente.
O entidade afirmou que irá realizar hoje uma manifestação, por volta das 17h, na praça da República. O protesto já estava marcado antes da rebelião acontecer, mas o alvo seria a campanha salarial e o plano de carreira.
"Depois do que aconteceu, mudamos nosso foco. Vamos falar do direito à vida", disse o diretor de formação do sindicato Luiz Antonio Ribeiro dos Santos, 43.
Ele afirmou que agentes do interior do Estado estão indignados com a violência contra seus colegas da capital e também devem participar do protesto.
"Há celas com até 30 presos e, às vezes, trabalha-se em nove pessoas durante a noite. É impossível dar conta de tantos", disse.
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária confirmou que a proporção entre presos e agentes aumentou -era de 2,17 detentos para um agente em 1994 e, agora, é de 4,53 presos por funcionário. Entretanto, a secretaria disse que o número de ocorrências diminuiu no período. Em 2001, foram registradas 33 rebeliões e, no ano passado, houve quatro. (AFRA BALAZINA)


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