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ACESSO RESTRITO
Equipamento fora de normas é obstáculo até para a futura secretária
Elevador barra cadeira de rodas na sede do conselho de deficientes
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Deficiente física desde 1998,
quando um problema neurológico afetou seus movimentos,
Eliete Pereira Santos, 49, reclama das calçadas precárias e das
dificuldades de acessibilidade,
mas circula com sua cadeira de
rodas motorizada em toda a região central. Fez questão de sair
de casa sozinha para ir à posse
do prefeito José Serra (PSDB) e
às comemorações do aniversário de São Paulo.
Ela só não vai mais ao prédio
119 da rua Líbero Badaró. Lá, no
3º andar, funciona a sede do
Conselho Municipal da Pessoa
Deficiente, do qual Eliete Santos
era voluntária até dois anos
atrás, quando ele ficava na Casa
das Retortas. Ironicamente, trata-se de um problema de acesso.
A dificuldade já foi sentida inclusive por Mara Gabrilli, nomeada para uma secretaria voltada aos deficientes -pasta
que, na prática, não existe, mas
cujo projeto está em fase final.
"Dizem que eu me afastei. Não
me afastei não. Eu não tenho como entrar. Não posso depender
dos outros para ser carregada",
afirma Eliete Santos, em referência ao elevador do prédio do
conselho. "Minha cadeira não
entra no elevador. A porta não
fecha. Não cabe."
O problema é a profundidade
do equipamento, em desacordo
com normatização da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) segundo explica
o conselheiro Gilberto Frachetta, 63, integrante da equipe que
definiu a regra. Frachetta cita
uma norma de 1999 que exige
uma profundidade mínima de
1,40 metro e largura de 1,10 metro nos elevadores acessíveis a
deficientes. Se a profundidade
for de 1,30 metro, a largura deve
ser de 1,725 metro. "É um padrão internacional." No elevador do prédio 119 da Líbero Badaró, a largura até não é das piores, próxima de 1,50 metro, mas
a profundidade é de 1,15 metro.
Cadeiras de rodas convencionais cabem, mas as mais modernas ou motorizadas enfrentam
dificuldade.
Doralice Simões, presidente
do conselho, diz que fez uma
reunião no térreo com a futura
secretária Gabrilli, que é tetraplégica, porque a cadeira dela
não entrou no elevador. Gabrilli
nega, diz que não subiu ao 3º
andar porque ele estava quebrado, mas reconhece ser difícil entrar no equipamento. "Não é
um elevador para entrar de
frente. Tenho de manobrar. É
um problema se eu tiver que subir e descer toda hora."
O edifício, antigo, foi reformado há menos de dois anos para
abrigar o conselho. A futura secretária não acha adequado
manter as salas do conselho no
3º andar, mas considera boa a
localização do prédio, próximo
do Banespinha, sede da prefeitura, onde deve trabalhar.
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