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DESARMAMENTO
Deputado defende ainda mudanças nas perguntas que serão feitas na consulta popular; governistas são contra
Relator quer adiar plebiscito sobre armas
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator do projeto que institui
o referendo sobre a comercialização de armas de fogo, deputado
Coronel Alves (PL-AP), quer incluir em seu parecer a realização
de duas perguntas na consulta popular, marcada para 2 de outubro.
Uma sobre o apoio à pena de
morte e outra sobre a redução da
maioridade penal para 16 anos.
Alves, coronel da PM do Amapá
que se diz pessoalmente contrário
à proibição da venda de armas,
defende ainda a postergação do
plebiscito para o ano que vem, para coincidir com a eleição para
presidente, governadores e parlamentares federais e estaduais.
O projeto que institui o plebiscito é um subproduto do Estatuto
do Desarmamento, aprovado pelo Senado em 2004, que restringiu
o porte de armas no país.
O deputado quer também modificar a pergunta que constará da
cédula, para deixar mais claro que
há exceções à proibição de venda
de armas previstas na lei, como
para forças de segurança públicas
e privadas e praticantes de esportes de tiro.
"Essas mudanças todas estarão
no relatório, mas ainda estamos
estudando as possibilidades jurídicas. Não seria melhor ter mais
tempo para discutir o tema, fazer
a consulta em 2006?"
Tantas alterações fariam o projeto de decreto legislativo em tramitação na Câmara retornar ao
Senado, dificultando em muito
sua aprovação em tempo hábil.
Interino
Alves é o relator na Comissão de
Segurança da Câmara. Ele está licenciado até semana que vem,
quando deve apresentar seu parecer. Anteontem, o deputado que
está interinamente na relatoria,
Wanderval Santos (PL-SP), apresentou um parecer paralelo, que
defende que a pergunta do referendo faça uma referência à proibição de venda para "a defesa de
pessoas de bem".
Não está claro ainda se o relatório de Santos será incluído no que
Alves fará.
Defensores da aprovação do
projeto como veio do Senado, em
que se incluem os petistas, vêem
nas propostas de Alves e Santos
uma "intenção manipuladora".
"Incluir novas perguntas tiraria
a razão principal de ser do plebiscito proposto pelo Estatuto do
Desarmamento. Haveria uma diluição do seu objeto principal.
Acho que o objetivo é inviabilizar
a consulta", afirmou o deputado
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que foi o relator do projeto
que deu origem ao Estatuto do
Desarmamento.
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