São Paulo, sábado, 18 de março de 2006

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PATRIMÔNIO

"O jornaleiro" substituirá obra destruída em homenagem a Cláudio Abramo

Jornalista ganhará nova escultura em praça

DA REPORTAGEM LOCAL

A família do jornalista Cláudio Abramo decidiu que a escultura "O jornaleiro", do italiano Domenico Calabrone, será colocada na praça do Jardim Europa. No local havia uma obra de arte que homenageava Abramo-duas pedras sobrepostas- que foi destruída após um acidente de carro, confundida com entulho e levada para um aterro.
Foi a viúva de Calabrone, Dalva, quem sugeriu uma nova escultura. A obra mostra um homem com papéis embaixo do braço. É de bronze e tem 15 centímetros de altura. A idéia é fazer uma réplica ampliada da obra. "Eles fazem a escultura em ponto pequeno. E quando é para executar se amplia até a dimensão que se pretende. Aí, funde e prepara a peça, lixa", explicou Cláudio Weber Abramo, filho do jornalista e diretor-executivo da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção. Ainda não há prazo para a instalação da escultura.
De acordo com ele, a primeira obra foi fruto de um trabalho coletivo, com participação de Calabrone, grande amigo de seu pai. "A maior parte das pessoas [que fizeram a homenagem] já morreu. Ficaria artificial [fazer uma imitação da primeira escultura]."
A reunião para definir a homenagem foi na casa de Dalva Calabrone, com as presenças do filho de Abramo e do secretário Walter Feldman (Subprefeituras).
Outro impasse também foi resolvido ontem. O termo de cooperação para a manutenção da praça Cláudio Abramo, que vence amanhã, será renovado com o empresário João Dória Júnior. A prefeitura chegou a ameaçar o rompimento pelo fato de o empresário ter instalado uma escultura sem consultar a gestão.
Antes mesmo do desaparecimento da obra em homenagem a Abramo, ele instalou uma escultura vermelha, feita por sua mulher, em outro ponto da praça. "Eu não conheço essa pessoa [João Dória Júnior]. O que eu acho, de modo geral, e vale para qualquer praça, é que o espaço público é público, e o privado é privado, e um não pode invadir o outro. Se essa fronteira não é bem estabelecida, a tendência é que o privado invada o público. Existem situações em que isso se dá muito claramente, e eu acho que devem ser coibidas", disse Weber Abramo. (AFRA BALAZINA)


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