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PATRIMÔNIO
"O jornaleiro" substituirá obra destruída em homenagem a Cláudio Abramo
Jornalista ganhará nova escultura em praça
DA REPORTAGEM LOCAL
A família do jornalista Cláudio
Abramo decidiu que a escultura
"O jornaleiro", do italiano Domenico Calabrone, será colocada na
praça do Jardim Europa. No local
havia uma obra de arte que homenageava Abramo-duas pedras
sobrepostas- que foi destruída
após um acidente de carro, confundida com entulho e levada para um aterro.
Foi a viúva de Calabrone, Dalva,
quem sugeriu uma nova escultura. A obra mostra um homem
com papéis embaixo do braço. É
de bronze e tem 15 centímetros de
altura. A idéia é fazer uma réplica
ampliada da obra. "Eles fazem a
escultura em ponto pequeno. E
quando é para executar se amplia
até a dimensão que se pretende.
Aí, funde e prepara a peça, lixa",
explicou Cláudio Weber Abramo,
filho do jornalista e diretor-executivo da Transparência Brasil,
organização dedicada ao combate
à corrupção. Ainda não há prazo
para a instalação da escultura.
De acordo com ele, a primeira
obra foi fruto de um trabalho coletivo, com participação de Calabrone, grande amigo de seu pai.
"A maior parte das pessoas [que
fizeram a homenagem] já morreu. Ficaria artificial [fazer uma
imitação da primeira escultura]."
A reunião para definir a homenagem foi na casa de Dalva Calabrone, com as presenças do filho
de Abramo e do secretário Walter
Feldman (Subprefeituras).
Outro impasse também foi resolvido ontem. O termo de cooperação para a manutenção da praça Cláudio Abramo, que vence
amanhã, será renovado com o
empresário João Dória Júnior. A
prefeitura chegou a ameaçar o
rompimento pelo fato de o empresário ter instalado uma escultura sem consultar a gestão.
Antes mesmo do desaparecimento da obra em homenagem a
Abramo, ele instalou uma escultura vermelha, feita por sua mulher, em outro ponto da praça.
"Eu não conheço essa pessoa
[João Dória Júnior]. O que eu
acho, de modo geral, e vale para
qualquer praça, é que o espaço
público é público, e o privado é
privado, e um não pode invadir o
outro. Se essa fronteira não é bem
estabelecida, a tendência é que o
privado invada o público. Existem situações em que isso se dá
muito claramente, e eu acho que
devem ser coibidas", disse Weber
Abramo.
(AFRA BALAZINA)
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