São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Contra enchente, moradores fecham rua

COTIDIANO Manifestantes de área inundada levaram móveis estragados a avenida na zona norte de SP e fecharam trânsito

Secretário da prefeitura afirma que a "irritação é compreensível", mas que havia equipes com 400 homens atendendo a região

Raimundo Paccó/Folha Imagem
Moradores de área alagada na Freguesia do Ó (zona norte de SP) fecham a avenida Edgar Facó com móveis estragados pela chuva


CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL

Moradores das proximidades da avenida Edgar Facó, na Freguesia do Ó, na zona norte, uma das mais afetadas pela chuva que atingiu São Paulo anteontem e provocou recorde de congestionamento do ano, fecharam ontem a via com móveis estragados pelo alagamento.
Por volta das 10h30, eles começaram a levar entulho de suas casas para a avenida. Em pouco tempo, colchões, armários, sofás e até mesmo aparelhos eletrônicos bloquearam a passagem do trânsito.
A via ficou fechada durante cinco minutos, quando a PM (Polícia Militar) obrigou as pessoas a liberar duas faixas.
Anteontem à noite, moradores do Jardim Paquetá, na zona oeste, já tinham protestado contra os transtornos causados pela enchente, incendiando pneus e madeira em vias do bairro, num ato que resultou até em confronto com a PM.
"É uma forma de protesto. A subprefeitura não quer ajudar. Disseram que só iriam retirar aquilo que estivesse na avenida. Também mandaram a gente alugar uma caçamba", disse Adimilson Honório, em referência à ação da Edgar Facó.
"A prefeitura diz que não iria entrar para pegar entulho. Então deixamos na Facó", disse Ramiro Guedes. As águas que atingiram sua residência chegaram a atingir dois metros.
Caminhões da Subprefeitura de Pirituba foram ao local às 12h45 para recolher os objetos. Antes, tinham passado só para retirar entulho da via. Segundo Cícero dos Santos, que comandava a operação, a prioridade era desobstruir a avenida para depois ir às transversais.
De manhã, servidores da Subprefeitura de Pirituba diziam que não podiam fazer toda a limpeza porque algumas vias estariam a cargo da Subprefeitura da Freguesia do Ó.
O secretária das Subprefeituras, Andrea Mattarazzo, disse ontem que "a irritação dos moradores é compreensível", mas que havia 400 homens atendendo a zona norte. "Há uma logística, umas vias primeiro, outras depois", afirmou.
Ele classificou de "mal-entendido" a informação de que a subprefeitura não recolheria os objetos dos moradores.
Anteontem foi o terceiro dia mais chuvoso de 2007, com média de 39,9 mm -quase 25% do total previsto no mês. Na Freguesia do Ó, choveu 96,5 mm, maior índice registrado na capital paulista.

Colaborou ALENCAR IZIDORO


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