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PM é acusado de matar a tia e o irmão da ex
Soldado também é suspeito de ter ferido a tiros a mãe, a avó e uma cunhada da moça; crime ocorreu em São Bernardo do Campo
PM estaria revoltado com fim do relacionamento com a operadora de caixa Márcia Carvalho, que não estava em casa na hora do crime
ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"
LUÍS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um soldado da Polícia Militar é acusado de matar um irmão e uma tia da ex-mulher,
além de ferir a tiros a mãe, a avó
e uma cunhada da moça. A jovem não estava em casa na hora
do crime, ocorrido na noite de
domingo, em São Bernardo do
Campo (Grande São Paulo). O
policial está foragido.
Familiares das vítimas disseram que o PM Guilherme Vieira Correia, 27, estava revoltado
com o fim do relacionamento
com a operadora de caixa Márcia Carvalho, 21, que voltara a
morar com a mãe.
Segundo testemunhas, o soldado invadiu a casa de Márcia
por volta das 19h30 de domingo. Ele teria chegado em uma
motocicleta, vestido com um
colete da PM e com duas armas
na cintura. Como a moça não
estava no local, ele teria começado a atirar nas pessoas que
estavam na casa.
"Ele chegou escondendo
uma arma nas costas. As vítimas desconfiaram que ele estava armado e pediram para ver
suas mãos. Foi aí que ele começou a atirar", disse o delegado
seccional Marco Antônio Pereira de Paula.
Segundo relatos dos familiares das vítimas, o soldado atingiu primeiro o irmão da ex-mulher, Marcos de Oliveira Carvalho, 29, matando-o com tiros na
cabeça. Depois, foi baleada a
mãe da moça, Edorcília Dias de
Carvalho, 51, que, apesar dos
cinco tiros, sobreviveu e correu
para a rua para pedir ajuda.
O PM teria atirado, então, no
ombro da avó de Márcia, Lindaura Telles de Carvalho, 70, e
no queixo da cunhada da moça,
Cláudia Rodrigues Oliveira, 26.
As três estão internadas e apresentam quadro estável.
A última vítima foi a tia de
Márcia, Laura Alves Ribeiro, 51.
Parentes afirmam que ela se escondeu no banheiro. O PM teria arrombado a porta e dado
um tiro em um dos olhos dela.
Ela não resistiu ao ferimento.
Ainda segundo relato das testemunhas, duas pessoas conseguiram escapar. Uma vizinha
teria sobrevivido porque o corpo de Laura Ribeiro caiu sobre
ela. O outro sobrevivente é um
menino de cerca de 7 anos, sobrinho da ex-mulher do policial, que teria sido poupado.
A Polícia Civil afirma que o
PM recarregou o revólver durante o crime -foram achadas
no local cinco cápsulas vazias.
Guilherme Correia é PM desde 2002 e atua no 40º Batalhão
(São Bernardo). Segundo a polícia, testemunhas relataram
ter visto o PM tomando cerveja
em um bar, após o crime, dizendo que não sobraria nenhum
parente da ex-mulher. A Folha
apurou que o serviço reservado
da PM teria oferecido proteção
aos familiares das vítimas.
A reportagem não conseguiu
localizar nenhum parente do
policial, que fugiu. A Polícia
Militar divulgou uma nota informando que Correia estava
em horário de folga. O caso será
investigado pela Delegacia de
Homicídios de São Bernardo.
Durante o enterro do irmão e
da tia de Márcia, ontem, familiares disseram que o PM já havia ameaçado a moça de morte
várias vezes. Márcia teria chegado a se mudar para Minas
Gerais e, depois, reatado o relacionamento. Segundo a polícia,
ela morou por dois meses com
o PM. Os dois teriam rompido
o relacionamento na semana
passada, quando ela foi morar
com a mãe. O delegado afirmou
que até ontem Márcia não havia sido localizada.
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