São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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PM é acusado de matar a tia e o irmão da ex

Soldado também é suspeito de ter ferido a tiros a mãe, a avó e uma cunhada da moça; crime ocorreu em São Bernardo do Campo

PM estaria revoltado com fim do relacionamento com a operadora de caixa Márcia Carvalho, que não estava em casa na hora do crime

ARTUR RODRIGUES
DO "AGORA"

LUÍS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um soldado da Polícia Militar é acusado de matar um irmão e uma tia da ex-mulher, além de ferir a tiros a mãe, a avó e uma cunhada da moça. A jovem não estava em casa na hora do crime, ocorrido na noite de domingo, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). O policial está foragido.
Familiares das vítimas disseram que o PM Guilherme Vieira Correia, 27, estava revoltado com o fim do relacionamento com a operadora de caixa Márcia Carvalho, 21, que voltara a morar com a mãe.
Segundo testemunhas, o soldado invadiu a casa de Márcia por volta das 19h30 de domingo. Ele teria chegado em uma motocicleta, vestido com um colete da PM e com duas armas na cintura. Como a moça não estava no local, ele teria começado a atirar nas pessoas que estavam na casa.
"Ele chegou escondendo uma arma nas costas. As vítimas desconfiaram que ele estava armado e pediram para ver suas mãos. Foi aí que ele começou a atirar", disse o delegado seccional Marco Antônio Pereira de Paula.
Segundo relatos dos familiares das vítimas, o soldado atingiu primeiro o irmão da ex-mulher, Marcos de Oliveira Carvalho, 29, matando-o com tiros na cabeça. Depois, foi baleada a mãe da moça, Edorcília Dias de Carvalho, 51, que, apesar dos cinco tiros, sobreviveu e correu para a rua para pedir ajuda.
O PM teria atirado, então, no ombro da avó de Márcia, Lindaura Telles de Carvalho, 70, e no queixo da cunhada da moça, Cláudia Rodrigues Oliveira, 26. As três estão internadas e apresentam quadro estável.
A última vítima foi a tia de Márcia, Laura Alves Ribeiro, 51. Parentes afirmam que ela se escondeu no banheiro. O PM teria arrombado a porta e dado um tiro em um dos olhos dela. Ela não resistiu ao ferimento.
Ainda segundo relato das testemunhas, duas pessoas conseguiram escapar. Uma vizinha teria sobrevivido porque o corpo de Laura Ribeiro caiu sobre ela. O outro sobrevivente é um menino de cerca de 7 anos, sobrinho da ex-mulher do policial, que teria sido poupado.
A Polícia Civil afirma que o PM recarregou o revólver durante o crime -foram achadas no local cinco cápsulas vazias.
Guilherme Correia é PM desde 2002 e atua no 40º Batalhão (São Bernardo). Segundo a polícia, testemunhas relataram ter visto o PM tomando cerveja em um bar, após o crime, dizendo que não sobraria nenhum parente da ex-mulher. A Folha apurou que o serviço reservado da PM teria oferecido proteção aos familiares das vítimas.
A reportagem não conseguiu localizar nenhum parente do policial, que fugiu. A Polícia Militar divulgou uma nota informando que Correia estava em horário de folga. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios de São Bernardo.
Durante o enterro do irmão e da tia de Márcia, ontem, familiares disseram que o PM já havia ameaçado a moça de morte várias vezes. Márcia teria chegado a se mudar para Minas Gerais e, depois, reatado o relacionamento. Segundo a polícia, ela morou por dois meses com o PM. Os dois teriam rompido o relacionamento na semana passada, quando ela foi morar com a mãe. O delegado afirmou que até ontem Márcia não havia sido localizada.


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