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Acusadas de torturar criança são presas em GO
Garota de 12 anos foi achada amarrada e amordaçada em apartamento em Goiânia
No local foram apreendidos cadeados, cordas, correntes e dois alicates com marcas de sangue; responsável
pela menina nega tortura
SEBASTIÃO MONTALVÃO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
KARIN BLIKSTAD
DA AGÊNCIA FOLHA
Duas mulheres foram presas
ontem, em Goiânia (GO), sob
suspeita de torturar uma garota de 12 anos. A menina foi
achada acorrentada e amordaçada em um apartamento no
Setor Marista, região nobre.
Ela estava de pé, com as duas
mãos presas à grade da janela
da área de serviço. Os pés também estavam acorrentados. Segundo a delegada que cuida do
caso, Adriana Accorsi, os pés
dela mal tocavam o chão.
Sílvia Calabresi Lima, 41, que
era responsável pela garota, foi
presa. Ela nega o crime. A empregada dela, Vanice Maria Novais, 23, também foi presa suspeita de ser co-autora das
agressões. À polícia ela confirmou as histórias de tortura.
O marido de Lima está foragido e deve ser indiciado sob
suspeita de omissão em caso de
tortura, crime que prevê reclusão de quatro anos.
Lima e Novais foram indiciadas sob suspeita de tortura e
cárcere privado. A pena pode
chegar a 24 anos de prisão.
No apartamento foram
apreendidos cadeados, cordas,
correntes, mordaça e dois alicates com marcas de sangue.
"Pelo que foi informado, os
alicates eram utilizados para
torturar. O uso deles era para
apertar e cortar a língua da vítima", diz a delegada.
A garota ainda não passou
por exames. Mas Accorsi diz
que ela apresenta lesões recentes e outras já cicatrizadas na
língua. "Isso evidencia que esse
tipo de tortura acontecia com
freqüência e há muito tempo."
Assustada, a garota afirma
que esperava apenas uma vida
melhor. "Ela disse que iria me
adotar. Prometeu televisão, bicicleta, computador e, quando
crescesse, até um carro. Ela disse que eu seria feliz. Mas, na
verdade, foi tudo tristeza", diz.
A garota foi encaminhada a
um abrigo ligado à polícia. O
Conselho Tutelar estuda o que
pode ser feito. A mãe biológica
da garota, que mora em Pires
do Rio (60 km de Goiânia), seguiu para Goiânia para rever e
tentar levar a filha de volta para
casa. Joana Darc da Silva diz
que a filha só foi morar com Lima para que pudesse estudar.
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