São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Acusadas de torturar criança são presas em GO

Garota de 12 anos foi achada amarrada e amordaçada em apartamento em Goiânia

No local foram apreendidos cadeados, cordas, correntes e dois alicates com marcas de sangue; responsável pela menina nega tortura

SEBASTIÃO MONTALVÃO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

KARIN BLIKSTAD
DA AGÊNCIA FOLHA

Duas mulheres foram presas ontem, em Goiânia (GO), sob suspeita de torturar uma garota de 12 anos. A menina foi achada acorrentada e amordaçada em um apartamento no Setor Marista, região nobre.
Ela estava de pé, com as duas mãos presas à grade da janela da área de serviço. Os pés também estavam acorrentados. Segundo a delegada que cuida do caso, Adriana Accorsi, os pés dela mal tocavam o chão.
Sílvia Calabresi Lima, 41, que era responsável pela garota, foi presa. Ela nega o crime. A empregada dela, Vanice Maria Novais, 23, também foi presa suspeita de ser co-autora das agressões. À polícia ela confirmou as histórias de tortura.
O marido de Lima está foragido e deve ser indiciado sob suspeita de omissão em caso de tortura, crime que prevê reclusão de quatro anos.
Lima e Novais foram indiciadas sob suspeita de tortura e cárcere privado. A pena pode chegar a 24 anos de prisão.
No apartamento foram apreendidos cadeados, cordas, correntes, mordaça e dois alicates com marcas de sangue.
"Pelo que foi informado, os alicates eram utilizados para torturar. O uso deles era para apertar e cortar a língua da vítima", diz a delegada.
A garota ainda não passou por exames. Mas Accorsi diz que ela apresenta lesões recentes e outras já cicatrizadas na língua. "Isso evidencia que esse tipo de tortura acontecia com freqüência e há muito tempo."
Assustada, a garota afirma que esperava apenas uma vida melhor. "Ela disse que iria me adotar. Prometeu televisão, bicicleta, computador e, quando crescesse, até um carro. Ela disse que eu seria feliz. Mas, na verdade, foi tudo tristeza", diz.
A garota foi encaminhada a um abrigo ligado à polícia. O Conselho Tutelar estuda o que pode ser feito. A mãe biológica da garota, que mora em Pires do Rio (60 km de Goiânia), seguiu para Goiânia para rever e tentar levar a filha de volta para casa. Joana Darc da Silva diz que a filha só foi morar com Lima para que pudesse estudar.


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