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País discrimina imigrantes que ajudaram economia, diz ONU
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Os imigrantes da América
Latina, da África e do Oriente
Médio que contribuíram para o
boom da construção civil que
alavancou o forte crescimento
econômico da Espanha dos últimos anos são tratados com
discriminação pelo governo.
A advertência foi feita pelo
relator especial da ONU para
Moradia, o indiano Miloon Kothari, que está deixando o cargo
e em breve será substituído pela brasileira Raquel Rolnik. Em
seu último relatório, apresentado na ONU, em Genebra, Kothari faz duras críticas ao governo espanhol.
"Enquanto a economia se beneficia enormemente do trabalho dos imigrantes, muitas vezes sabidamente ilegais, eles
continuam a viver em condições inadequadas", disse Kothari, que visitou áreas pobres
do país para fazer o relatório.
Segundo ele, o governo foi
advertido pela ONU sobre o
problema em 2003, mas pouco
fez para seguir as recomendações. Entre elas, a principal era
a de providenciar subsídios para o aluguel de moradias para
imigrantes de baixa renda.
Ele disse ter presenciado discriminação contra imigrantes
que buscavam moradia e condições bem abaixo dos padrões
aceitáveis. Além de apartamentos com superpopulação, constatou o sistema da "cama quente", em que o mesmo quarto é
alugado por algumas horas para cada imigrante revezar.
"Em casos extremos vi imigrantes vivendo em construções inacabadas e protegidos
por sacos plásticos", disse ele,
que comparou as condições às
favelas brasileiras. "E além de
tudo eles ainda correm o risco
de serem presos por serem ilegais e estarem vivendo na rua."
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