São Paulo, quarta-feira, 18 de março de 2009

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MARIA BEATRIZ SÁ LEITÃO (1944-2009)

Uma psicanalista dedicada às luzes

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Nem as dores do câncer impediram a psicanalista Maria Beatriz Sá Leitão de se debruçar na revisão dos três artigos dos quais é coautora e que estão em "Clínica e Política 2 - Subjetividade, Direitos Humanos e Invenção de Práticas Clínicas". Ela não viveu para ver o livro.
Coautora de outros quatro livros, Beatriz dedicou a vida a amalgamar psicologia e direitos humanos. Como disse a colega e amiga Cecília Coimbra, "Bia pensava uma psicologia crítica, implicada com a realidade brasileira".
Em 1989, ela integrou a equipe que enviou à ONU o projeto da Equipe Clínico-Grupal Tortura Nunca Mais. O programa dá assistência psicológica a vítimas da violência do Estado, em qualquer tempo, dos anos de ditadura a hoje. Beatriz presidiu a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia-RJ.
Pianista amadora, ela cultuava samba e jazz. Ontem de manhã, no crematório do cemitério do Caju, no Rio, os amigos a homenagearam ao som de "Always Say Goodbye", de Charlie Haden.
Os jovens que a conheceram na década de 80 não esquecem a beleza solar e a generosidade de compartilhar a sabedoria com os amigos do filho -sempre pelas luzes, contra o obscurantismo.
Viúva, ela morreu ao 65. Deixou o filho Sérgio e o neto Henrique, 3. Sua nora Luísa faria ontem à tarde o segundo exame para acompanhar a gestação do bebê que será o segundo neto de Beatriz.

obituario@grupofolha.com.br


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