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MARIA BEATRIZ SÁ LEITÃO (1944-2009)
Uma psicanalista dedicada às luzes
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
Nem as dores do câncer
impediram a psicanalista
Maria Beatriz Sá Leitão de se
debruçar na revisão dos três
artigos dos quais é coautora e
que estão em "Clínica e Política 2 - Subjetividade, Direitos Humanos e Invenção de
Práticas Clínicas". Ela não
viveu para ver o livro.
Coautora de outros quatro
livros, Beatriz dedicou a vida
a amalgamar psicologia e direitos humanos. Como disse
a colega e amiga Cecília
Coimbra, "Bia pensava uma
psicologia crítica, implicada
com a realidade brasileira".
Em 1989, ela integrou a
equipe que enviou à ONU o
projeto da Equipe Clínico-Grupal Tortura Nunca Mais.
O programa dá assistência
psicológica a vítimas da violência do Estado, em qualquer tempo, dos anos de ditadura a hoje. Beatriz presidiu a Comissão de Direitos
Humanos do Conselho Regional de Psicologia-RJ.
Pianista amadora, ela cultuava samba e jazz. Ontem
de manhã, no crematório do
cemitério do Caju, no Rio, os
amigos a homenagearam ao
som de "Always Say Goodbye", de Charlie Haden.
Os jovens que a conheceram na década de 80 não esquecem a beleza solar e a generosidade de compartilhar
a sabedoria com os amigos
do filho -sempre pelas luzes, contra o obscurantismo.
Viúva, ela morreu ao 65.
Deixou o filho Sérgio e o neto
Henrique, 3. Sua nora Luísa
faria ontem à tarde o segundo exame para acompanhar a
gestação do bebê que será o
segundo neto de Beatriz.
obituario@grupofolha.com.br
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