São Paulo, quarta-feira, 18 de março de 2009

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Governo de SP recolherá livro didático que traz 2 Paraguais

Serão trocados 500 mil exemplares, o equivalente ao total de alunos de 6ª série na rede

Secretaria diz que substituição será feita pela fundação responsável pela edição; erro repercutiu em países como Argentina e Uruguai

JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo voltou atrás e decidiu recolher o livro didático de geografia da 6ª série do ensino fundamental que trazia erros grosseiros no mapa da América do Sul: dois Paraguais, inversão da localização de Uruguai e Paraguai e ausência do Equador. O erro repercutiu ontem em países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Anteontem, a mesma pasta do governo José Serra (PSDB) informara que os cadernos não seriam substituídos e as escolas tinham sido orientadas a repassar a correção aos alunos. Serão recolhidos 500 mil exemplares, número equivalente a 100% dos estudantes de 6ª série nas escolas do Estado -ao todo, a rede estadual tem 5 milhões de alunos. Em nota, anteontem, a Fundação Vanzolini, responsável pela edição do material, havia afirmado que o problema existia em apenas 1,55% dos cadernos. Os erros se repetem no livro do professor, mas eles não serão trocados. O recolhimento, a reimpressão e a troca serão feitos pela Fundação Vanzolini. Em nota, a secretaria disse que cabe à fundação substituí-los e "arcar com todos os gastos dessa troca, incluindo impressão e distribuição". Informou ainda que examinará outros livros em busca de erros. Questionado durante evento em Itapecerica da Serra (Grande SP), o governador disse acreditar ter havido duas falhas. "Da empresa contratada e da secretaria, que deveria ter revisado. Isso não é um erro que alguém possa ignorar."

Diagramação
O mapa foi tirado do site de um grupo de estudos do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na página, os países estão indicados corretamente. Um dos autores do caderno, o geógrafo Jaime Tadeu Oliva, 54, afirmou que o erro deve ter ocorrido no momento de diagramar o mapa, não sendo identificado na revisão. "Todo mundo procura conferir, mas você está conferindo várias coisas e não vai imaginar que os países do mapa original que você forneceu, que está perfeito, vão ser trocados de lugar." Segundo o autor, outros mapas com erros que ele considera mais graves, conceituais, da edição anterior, foram corrigidos neste ano. Oliva disse que a equipe é remunerada pela fundação, mas a seleção dos profissionais é feita pela Secretaria da Educação. A Fundação Vanzolini, também em nota, confirmou que o erro no mapa surgiu "involuntariamente no processo de diagramação e aplicação dos nomes de alguns países" e que a base original estava correta.

Colaborou JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, da Reportagem Local


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