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Governo de SP recolherá livro didático que traz 2 Paraguais
Serão trocados 500 mil exemplares, o equivalente ao total de alunos de 6ª série na rede
Secretaria diz que substituição será feita pela fundação responsável pela edição; erro repercutiu em países
como Argentina e Uruguai
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo voltou
atrás e decidiu recolher o livro
didático de geografia da 6ª série
do ensino fundamental que trazia erros grosseiros no mapa da
América do Sul: dois Paraguais,
inversão da localização de Uruguai e Paraguai e ausência do
Equador. O erro repercutiu ontem em países vizinhos, como
Argentina e Uruguai.
Anteontem, a mesma pasta
do governo José Serra (PSDB)
informara que os cadernos não
seriam substituídos e as escolas
tinham sido orientadas a repassar a correção aos alunos.
Serão recolhidos 500 mil
exemplares, número equivalente a 100% dos estudantes de
6ª série nas escolas do Estado
-ao todo, a rede estadual tem 5
milhões de alunos. Em nota,
anteontem, a Fundação Vanzolini, responsável pela edição do
material, havia afirmado que o
problema existia em apenas
1,55% dos cadernos.
Os erros se repetem no livro
do professor, mas eles não serão trocados. O recolhimento, a
reimpressão e a troca serão feitos pela Fundação Vanzolini.
Em nota, a secretaria disse
que cabe à fundação substituí-los e "arcar com todos os gastos
dessa troca, incluindo impressão e distribuição". Informou
ainda que examinará outros livros em busca de erros.
Questionado durante evento
em Itapecerica da Serra (Grande SP), o governador disse acreditar ter havido duas falhas.
"Da empresa contratada e da
secretaria, que deveria ter revisado. Isso não é um erro que alguém possa ignorar."
Diagramação
O mapa foi tirado do site de
um grupo de estudos do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na página, os países estão indicados corretamente.
Um dos autores do caderno, o
geógrafo Jaime Tadeu Oliva,
54, afirmou que o erro deve ter
ocorrido no momento de diagramar o mapa, não sendo
identificado na revisão. "Todo
mundo procura conferir, mas
você está conferindo várias coisas e não vai imaginar que os
países do mapa original que você forneceu, que está perfeito,
vão ser trocados de lugar."
Segundo o autor, outros mapas com erros que ele considera
mais graves, conceituais, da
edição anterior, foram corrigidos neste ano. Oliva disse que a
equipe é remunerada pela fundação, mas a seleção dos profissionais é feita pela Secretaria
da Educação.
A Fundação Vanzolini, também em nota, confirmou que o
erro no mapa surgiu "involuntariamente no processo de diagramação e aplicação dos nomes de alguns países" e que a
base original estava correta.
Colaborou JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, da Reportagem Local
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