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Instituto de Glauco vai à Justiça contra acusações de daimista
RICARDO FELTRIN
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA FOLHA ONLINE
O Cefluris, instituto ambiental daimista ao qual pertence a
igreja Céu de Maria, fundada
por Glauco, decidiu mover ação
criminal contra Emiliano Dias
Linhares, 46, ex-PM, conhecido como Gideon Lakota. Ele
mantém uma comunidade xamânica em Pariquera-Açu (litoral sul de SP), é inimigo declarado do Cefluris e publicou
em seu site uma mensagem
com o título "Glauco e Filho
-Queima de Arquivo!".
Em mensagem, vídeos postados no You Tube e em um livro,
Linhares afirma que o Cefluris
e seus líderes são "narcotraficantes" e que utilizam drogas
como crack e cocaína em seus
rituais. Ele aponta a Céu de Maria como um desses locais. Em
entrevista gravada, de Brasília,
Linhares, 46, reafirmou todas
as denúncias e disse que estava
"fornecendo provas para a Polícia Federal sobre os negócios"
da ONG daimista rival.
Em nota, o Cefluris anunciou
ações civis e criminais contra
Linhares. O centro é presidido
pelo jornalista e escritor Alex
Polari de Alverga. Enio Staub,
secretário do Cefluris, diz que o
centro já estava acompanhando o site agressor, da comunidade Céu Nossa Senhora da
Conceição.
"Sempre tivemos por princípio não responder nada a essa
pessoa, mas agora ele desrespeita não só a todos nós mas
principalmente a imensa dor
da família de Glauco. Vamos
entrar com todas as ações civis
e criminais possíveis", declara
Staub. "Essa pessoa é doente."
Staub disse que a entidade
vai divulgar hoje um comunicado oficial sobre as medidas que
pretende tomar contra Linhares e como deve agir, "de forma
a preservar a memória e a obra
de Glauco, bem como a fé de todos os nossos filiados".
Entre igrejas no Brasil e no
exterior, incluindo a Céu de
Maria, são cerca de cem unidades ligadas ao Cefluris -abreviação de Culto Eclético da
Fluente Luz Universal. Para o
Cefluris, o ataque de Linhares
pode ter outro objetivo: ele teria interesse em "monopolizar"
a distribuição de daime na região Sudeste -na Amazônia, o
litro custa de R$ 18 a R$ 100.
Na internet, além de divulgar
uma tese conspiratória de que o
Cefluris estaria envolvido na
morte de Glauco, Linhares ataca o uso ritualístico de maconha em igrejas daimistas ligadas ao Cefluris.
Em seu ataque, não poupa
mortos: chama Sebastião de
Mota Melo (1920-1990), fundador da vila de Mapiá, na Amazônia, de "bandido" e "pitador
de maconha" e acusa Alfredo,
filho de Mota Melo, atual líder
do Céu de Mapiá, de "traficante
de pasta de cocaína".
Ex-PM exonerado da corporação, Linhares se recusou a falar sobre seu passado, bem como de sua relação com a maçonaria (que tem um link-tópico
em seu site). "Se quiser falar sobre minha vida pessoal, a conversa acabou", disse.
"Tudo que ele fala é um delírio, mas não vai ficar sem resposta", diz Staub. "Não há um
único ritual oficial das igrejas
ligadas a nós que faça uso da erva de Santa Maria (maconha)".
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