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SAÚDE
Reações negativas são raras, mas, mesmo assim, procedimento só deve ser realizado em hospitais, dizem especialistas
Médicos vêem risco em peeling profundo
DA REPORTAGEM LOCAL
É chamar a atenção "para não
cair no oba-oba", diz Dóris Hexsel, coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A
entidade volta a destacar o risco
dos peelings profundos, à base de
fenol, substância química extremamente agressiva utilizada para
"trocar a pele" do rosto.
O procedimento, utilizado principalmente para peles muito claras castigadas pelos banhos sol
sem proteção -como dizem os
dermatologistas, aquelas com aspecto de "maracujá de gaveta" -
já foi assunto há alguns anos.
Voltou à tona depois de seus
bons resultados serem discutidos
recentemente em programas populares da televisão.
A sociedade defende que o tratamento seja realizado em hospitais, e não em clínicas, por causa
dos riscos para o coração e rins.
A nova geração dos peelings
profundos usa fórmulas mais atenuadas, diz Hexsel. As reações negativas são raras, mas, mesmo assim, é preciso toda a cautela possível. "Vamos promover em julho
um curso sobre isso dentro de um
hospital, para não correr riscos."
Segundo o cirurgião plástico
Luiz Victor Carneiro Júnior, assistente de Ivo Pitanguy, a substância pode provocar arritmia cardíaca mesmo em quem não tem
problemas de coração, pois altera
a condução dos estímulos elétricos. "Preferimos realizar vários
peelings superficiais", afirma.
Vera Cardim, da diretoria da
Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, diz que as novas fórmulas trazem uma segurança maior
por permitirem controlar o
"aprofundamento" do peeling.
Mas lembra os incômodos.
No segundo dia, o rosto está deformado, duas vezes o tamanho
normal, com uma crosta de pele
caindo, às vezes com cheiro ruim.
É preciso ficar isolado quase um
mês, sem ir ao sol. "Tem um preço. É até mais limitante do que a
cirurgia. Mas é maravilhoso em
casos de fotoenvelhecimento
muito graves", opina a diretora.
Segundo Hexsel, em alguns casos são necessários até seis meses
para a recuperação total.
Temporada de peeling
De acordo com os médicos, o
outono e inverno são as melhores
épocas para os peelings, pois é
preciso tomar cuidado com o sol
para evitar manchas.
Além dos vários tipos e concentrações de substâncias químicas,
os peelings podem usar cristais, lixas -são técnicas de abrasão -e
diferentes tipos de laser, além de
métodos que usam o frio para
queimar e recuperar a pele.
Os peelings não combatem só o
envelhecimento, manchas e sardas, mas também marcas da acne,
por exemplo. Estrias podem ter
uma leve melhora, mas não há
peeling que combata flacidez e celulite, explica a dermatologista
Andreia Mateus Moreira, responsável pelo setor de Cosmiatria do
Hospital da Lagoa, no Rio.
"No pescoço e em outras áreas
que não se recuperam com a velocidade do rosto, os bons resultados são mais difíceis", alerta ainda
a dermatologista Ana Lúcia Recio, de São Paulo, integrante da
Academia Americana de Dermatologia.
(FABIANE LEITE)
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