São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2007

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Lygia Fagundes Telles é multada por demolição de casa em Higienópolis

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A escritora Lygia Fagundes Telles, 82, foi multada pelo patrimônio histórico de São Paulo pela demolição irregular de uma casa construída em área tombada na rua Dr. Veiga Filho, em Higienópolis (região central). O valor ainda não foi definido.
Lygia disse à Folha desconhecer as irregularidades da obra, e Francisco Régis Perez, administrador dos bens da escritora, afirmou que ela "é a inocente da história".
Segundo o órgão, o imóvel de número 323 foi posto abaixo "sem a necessária e prévia autorização do colegiado". Um pedido de alvará de demolição, diz o Conpresp (conselho municipal do patrimônio histórico), só foi protocolado em janeiro deste ano, embora no lugar exista um estacionamento desde dezembro de 2002.
A escritora disse à Folha que o imóvel foi herdado do marido, o teórico do cinema e ensaísta Paulo Emílio Sales Gomes, morto em 1977.
"Só faltava essa [sobre a aplicação da multa]. A casa estava podre, infestada de cupins. Não havia nada", afirmou Lygia.
Engenheiros avaliaram em R$ 100 mil os custos da reforma da casa. "Não tinha esse dinheiro."
Hoje ainda dona do terreno, Lygia recebe R$ 3.500 de aluguel da empresa de estacionamento. E aí está o problema, segundo diz.
Em outubro de 2002, a escritora afirma ter sido procurada pela Free Estacionamentos Ltda., com a proposta de aluguel do terreno. O contrato de locação, conta Perez, previa que os custos da demolição e a responsabilidade pela legalização da obra seriam do locatário.
A empresa supostamente negligenciou os procedimentos para o alvará de demolição e, quando da renovação do contrato, em dezembro do ano passado, não apresentou a licença da prefeitura. O locatário é o empresário Pedrinho Paulo Gerlach, que confirmou sua responsabilidade pelo alvará de demolição. "Foi dado prazo no Conpresp, e o licenciamento saiu agora", afirmou Gerlach.
O presidente do Conpresp, José Eduardo Lefèvre, disse que a casa ficava no entorno de dois bens tombados da região, o colégio Nossa Senhora de Sion e o edifício Louveira.


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