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Se fosse culpado, Nardoni confessaria, diz pai
Antonio Nardoni, pai de Alexandre, afirma que filho já "teria assinado a confissão" se fosse responsável pela morte de Isabella
Ele defende a hipótese de uma terceira pessoa na cena do crime e diz que, após a queda da menina, "entrou e saiu quem quis" do prédio
LUÍS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
GABRIELA QUINTELA
DA FOLHA ONLINE
O advogado Antonio Nardoni, avô paterno da menina Isabella, afirmou ontem que, se
seu filho fosse culpado pela
morte da garota, "ele já teria assinado a confissão". A afirmação foi dada na porta do 9º DP
(Carandiru), que concentra as
investigações do caso, logo após
sua mulher, Maria Alves Aparecida Nardoni, prestar depoimento.
A declaração foi em resposta
a um jornalista, que o questionou se denunciaria o filho caso
soubesse que ele teve algum envolvimento com a morte da
menina: "Com certeza. Ele já
teria assinado a confissão".
Para a polícia, o pai da menina, Alexandre Nardoni, 29, e a
madrasta, Anna Carolina Jatobá, 24, são os únicos suspeitos
pela morte de Isabella. Os policiais acreditam que a menina
tenha sido jogada do sexto andar pelo pai após a madrasta ter
tentado asfixiá-la.
A polícia não divulgou o teor
do depoimento de Maria Aparecida. A avó paterna da menina integra uma lista de 22 nomes apresentada pela defesa do
casal. Ela deixou a delegacia
sem falar com a imprensa.
Em entrevista à Folha Online, Antonio Nardoni afirmou
que Isabella manifestou por várias vezes o desejo de morar
com o pai e a madrasta. "Isabel-la sempre ficou com a empregada [na casa da mãe, Ana Carolina Oliveira]", disse, por telefone. De acordo com ele, na casa
de Alexandre, "tinha os dois irmãos e tinha a Jatobá".
Em depoimento à polícia no
dia 2, a mãe de Isabella disse
acreditar que o casal tenha "de
alguma forma" envolvimento
na morte. Também relatou que
Alexandre ameaçou matar a ex-sogra durante uma briga por
acreditar que tivesse sido dela a
iniciativa de matricular a menina -então com um ano e quatro meses- numa escola.
O avô rebateu a versão. Segundo ele, o motivo da discussão foram provocações por parte da mãe de Isabella. "Ele estava realmente nervoso; as duas
[mãe e avó] também estavam
descontroladas", disse. "Tanto
ela quanto a mãe dela colocavam o rosto para ele bater. Diziam que não era homem, porque, se ele fosse, bateria nelas."
Ele nega que Alexandre tenha buscado uma arma em
uma briga, como disse Ana Carolina.
À polícia, a mãe de Isabella
relatou brigas envolvendo o pai
e a madrasta. Antonio negou
que os dois formassem um casal "totalmente descontrolado", como afirmou em depoimento a síndica de um prédio
onde os dois já moraram. "A
Anna Carolina grita muito, ela
fala muito alto", justificou ele.
O pai de Alexandre Nardoni
voltou a insistir na possibilidade de envolvimento de uma terceira pessoa na cena do crime.
Diz que, nos 30 minutos após a
queda de Isabella, "entrou e
saiu quem quis" do prédio.
A reportagem não conseguiu
falar com Ana Carolina de Oliveira para comentar as declarações de Antonio Nardoni.
Ouça a entrevista com Antonio Nardoni
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