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Movimento em Cumbica aumenta 50%
Volume de passageiros no aeroporto passou de 2,9 milhões em 2007 para 4,4 milhões no primeiro bimestre deste ano
Terminal tem filas para tudo, pessoas dormindo no chão e "gargalo" nos horários de pico; espera por mala chega a 40 minutos
Jorge Araújo/ Folha Imagem
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Passageiros dormem no saguão do
aeroporto de Cumbica
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior aeroporto do país está no limite. Em três anos, mesmo com a restrição imposta aos
pousos e decolagens, em 2009,
o número de passageiros em
Cumbica, na Grande São Paulo,
cresceu 50% entre janeiro e fevereiro, 20 pontos percentuais
acima da média nacional.
Nos dois meses, 4,42 milhões
de usuários passaram pelos
mesmos dois terminais de três
anos atrás, quando 2,9 milhões
de pessoas usaram o aeroporto.
Há filas para tudo, pessoas
dormindo no chão e "gargalo"
no horário de pico, de manhã e
no início da noite, e espera de
até 40 minutos para conseguir
pegar a bagagem.
Até o final do ano, a Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) estima que o movimento
nos aeroportos do país cresça
17%. Até março, a demanda dos
voos domésticos subiu 35% e a
dos internacionais, 12,8%.
Ou seja, o que é ruim pode
piorar, mas a Anac iniciou estudos para restringir voos em outros aeroportos -Brasília, Confins, Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Viracopos- para ao menos
tentar garantir que o excesso de
voos não afete a segurança.
"Cumbica é caótico. A estrutura é até boa, mas a demanda é
maior que a capacidade de
atendimento. As filas são enormes", diz a administradora
Raíssa Pinho, 25, que chegou de
São Luis (MA) na sexta e levou
cerca de três horas entre o desembarque e a entrada no ônibus que a levaria para o hotel.
Para pegar a bagagem na esteira, foram 40 minutos. Depois, mais uma hora e meia à
espera do ônibus. "A fila não estava organizada, havia um bolo
de gente no local de embarque", disse, abatida pelo cansaço da viagem de sete horas. Moradora de São Luis, Raíssa vem
a São Paulo com frequência. A
trabalho, viaja pelo menos uma
vez por mês, para Vitória, Recife e Rio. "Aqui, a situação [do
aeroporto] está pior."
Demora
A promessa do terceiro terminal de Cumbica e da ampliação de Viracopos, renovada a
cada ano pela Infraero, continua nos planos do Ministério
da Defesa, mas a demora fez o
governo paulista reagir.
Na quarta-feira, diante de autoridades do governo federal, o
governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), criticou a inação do governo em
tentar solucionar o caos aeroportuário em São Paulo.
Ao comentar que em quatro
anos o Estado licitou e concluiu
o trecho sul do Rodoanel, Goldman cobrou: "Há anos estamos
conversando sobre aeroporto e
não sai do lugar, não acontece
nada. E vamos ter um drama
terrível nesse Estado nos próximos anos, cada vez mais, porque você não faz aeroporto de
um dia para o outro".
Na mesma quarta-feira, Carmen Melo ficou aproximadamente 40 minutos em pé esperando a liberação da bagagem.
"Minha chegada estava prevista para 8h30, mas só saí do aeroporto às 10h", disse.
Procurada, a assessoria do
ministro da Defesa, Nelson Jobim, enviou uma nota.
"O governo federal, desde
2007, realiza estudos para a
construção de um novo aeroporto na área metropolitana de
São Paulo. O projeto, no entanto, destina-se ao atendimento
da demanda de médio e longo
prazo da região, e não à necessidade imediata".
O Ministério da Defesa renovou a promessa da ampliação
de Viracopos e a possível melhoria do aproveitamento de
outros aeroportos, como o de
São José dos Campos.
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