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Meningite preocupa cidades do interior de São Paulo
Em Barretos e Campinas, número de mortes em 2011 já é maior do que em todo o ano passado; atenção no inverno deve ser maior
LIGIA SOTRATTI
DE RIBEIRÃO PRETO
Cidades no interior do Estado de SP estão em alerta
com o aumento de mortes
causadas por meningite. Em
Barretos e Campinas, o número de mortes neste ano já é
maior que o registrado no
mesmo período de 2010.
Há casos em outros municípios. Na região de Ribeirão
Preto, a morte mais recente
ocorreu na sexta-feira e vitimou criança de Pitangueiras.
O menino, de sete anos, estava internado em Ribeirão.
Em Ribeirão, uma adolescente de 15 anos de idade
morreu vítima de meningite
no final do mês passado.
Neste ano, foram registradas 85 mortes no Estado, segundo o último levantamento do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), feito no
dia 5 de abril. Desse total, 45
óbitos foram por meningite
meningocócica (causada por
um tipo de bactéria e considerado o mais grave).
Em Barretos, das três
crianças que morreram neste
ano, duas eram da mesma família -um menino de três
anos e o primo dele de dez.
Em 2010, a cidade não havia
registrado nenhum óbito.
As três mortes no município levaram a Secretaria da
Saúde a alertar a população.
"Vamos fazer panfletos informativos e entregar nas
unidades de saúde. Na escola em que estudava o menino
de dez anos, que morreu neste mês, foi feita palestra de
orientação aos pais", disse a
chefe da Vigilância Epidemiológica, Jussara Coli.
Já em Campinas, nove pessoas contraíram a doença
meningocógica até agora
-quatro resultaram em morte. No mesmo período do ano
passado, a cidade teve 13 casos e três mortes.
O aumento da letalidade
-proporção entre o número
de registros e o de mortes-
será investigado na cidade.
"Os óbitos serão analisados, caso a caso, para saber o
que houve neste ano. O que
sabemos, até o momento, é
que de quatro casos, três foram de uma forma mais grave, chamada meningococcemia", disse a chefe da Vigilância Epidemiológica de
Campinas, Brigina Kemp.
De acordo com o infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Paulo Olzon, a meningococcemia é quando a bactéria,
além de atingir a meninge
(membrana que reveste o cérebro), se espalha por outras
partes do corpo.
Segundo o infectologista
do HC (Hospital das Clínicas)
de Ribeirão Preto Valdes Roberto Bolela, uma das dificuldades no combate à meningite é o diagnóstico precoce.
O paciente com meningite
tem sintomas não específicos, como febre e dor de cabeça, e, nos casos mais agudos, rigidez de nuca (não
consegue dobrar o pescoço) e
manchas na pele.
Para Tuba Milstein, infectologista e professora do departamento de medicina da
Santa Casa de São Paulo, a
atenção deve ser redobrada
com a chegada do inverno.
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