São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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MINAS GERAIS

Vice-governador defende ação dura e diz ser contra "a tal polícia cidadã"
O vice-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso (PMDB), criticou ontem o "processo de direitos humanos para tornar a polícia delicada, que não pode tocar a mão em mais ninguém". Ele defendeu uma ação dura para evitar que haja "uma polícia de damas".
"Eu não concordo com a tal polícia cidadã. Em todo o mundo, a polícia é corajosa, é destemida, é repressiva. Eu acho que a polícia não pode ser cidadã, bonitinha, engomadinha. Essa história, esse cerco para a polícia ser boazinha, eu não concordo. Esse país vive hoje uma guerra civil por falta de autoridade."
As declarações foram dadas em homenagem que ele prestou, com flores, à policial militar Suzery Azevedo, 29, que anteontem foi vítima de um sequestro relâmpago e reagiu, matando um assaltante e ferindo outro.
A soldado, que em nove anos de carreira nunca tinha matado, evitou comentar a homenagem. Ela havia dito que as pessoas não devem reagir a assaltos, como ela fez. "Acho que essa moça merece ser promovida pelo ato de coragem", disse Newton, diante da soldado, aparentemente constrangida: "Estou bem, me deixem trabalhar", disse ela aos jornalistas.
Newton trava disputa contra o governador Itamar Franco para ser o candidato do PMDB ao governo. Indagado se estava criticando a PM de Itamar, ele só disse que, se for eleito, no seu governo "vai ser assim".
Para o deputado Edson Rezende (PT), da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, a pregação de Newton "vai contra o trabalho que a própria PM procura fazer no Estado", lembrando o curso de direitos humanos para policiais. Rezende disse que a polícia "não precisa ser uma dama", mas deve ser "inteligente para ser eficiente, sem truculência". (DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE)

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