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Governo fez
pouco, dizem
especialistas
DA AGÊNCIA FOLHA
Apesar de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter colocado
como prioridade de seu governo
o combate à exploração sexual infanto-juvenil, até agora, nenhuma
política nacional de enfrentamento foi adotada. As ações, alvos de
críticas de ONGs e de especialistas, são basicamente fiscalização
policial e campanhas isoladas de
conscientização e de saúde.
Hoje, Dia Nacional de Combate
ao Abuso e à Exploração Sexual
Infanto-Juvenil, a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos lança o que chamou de uma "série de
parcerias" para combater e prevenir a violência contra crianças e
adolescentes. Entre elas, a ampliação de um centro de atendimento
de denúncias e a implantação de
50 núcleos estaduais e municipais
de prevenção à violência.
Neste ano, o serviço nacional
(0800-990500) que registra os casos de violência contra a criança
do Cecria (Centro de Referência,
Estudos e Ações Sobre Crianças e
Adolescentes) contabilizou 5.647
denúncias de violência sexual.
"O grande passo do governo
Lula foi trazer esse assunto [exploração sexual infanto-juvenil]
para a pauta. Não estou satisfeito
com os resultados. Há muito ainda para ser feito. Estamos dando
apenas os primeiros passos", disse Nilmário Miranda, secretário
nacional dos Direitos Humanos.
Para a socióloga Marlene Vaz,
autora de diversos trabalhos que
denunciaram a situação de abuso
e exploração sexual infanto-juvenil no país, "a política do governo
é a do prende e arrebenta, que não
dá em nada e só sofisticou os esquemas de exploração sexual".
Mudança cultural
O secretário nacional declarou
que está em curso no governo um
debate intersetorial para traçar estratégias de combate à exploração
infanto-juvenil e que já houve
uma "mudança cultural" no país
que fez aumentar o número de
denúncias de violência.
"Eu ainda não vi política nenhuma", afirmou o presidente da
Abrapia (Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à
Infância e à Adolescência), Lauro
Monteiro Filho.
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