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Reitores agora dizem não ver mais risco à autonomia
USP, Unicamp e Unesp divulgaram ontem à noite nota com a nova posição
Texto foi escrito após ofício em que secretário da Fazenda diz que remanejamento de verbas será definido em conjunto com universidades
FÁBIO TAKAHASHI
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os reitores da USP, da Unesp
e da Unicamp divulgaram ontem à noite uma nota em que
afirmam que já não vêem mais
risco de o governo José Serra
(PSDB) diminuir a autonomia
das universidades.
O texto foi divulgado em um
momento no qual cresce o movimento de alunos, funcionários e docentes críticos a Serra.
A nota, encaminhada à Folha, foi escrita após o Cruesp
(conselho de reitores) receber
um ofício, anteontem, do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo. Ele afirma que o governo
pretende definir, "em entendimento com os reitores, um regime adequado de remanejamento de dotações orçamentárias, que atenda às peculiaridades de sua organização".
A polêmica começou no início do ano, quando o governo
obrigou as universidades a operarem seus orçamentos no Siafem (sistema eletrônico de gerenciamento). Nesse sistema,
os órgãos públicos precisam de
autorização do Executivo para
fazer remanejamentos dos seus
recursos. Até então, as universidades podiam mexer em suas
verbas livremente.
A medida foi vista como uma
ameaça à autonomia das escolas. À época, a reitora da USP,
Suely Vilela, afirmou que "o remanejamento (...) é uma característica da autonomia de gestão financeira e orçamentária".
Após diversas reuniões, ficou
decidido que as escolas apenas
prestariam contas diariamente
no sistema, com liberdade para
remanejamentos.
O tema voltou à discussão na
segunda-feira, quando a Folha
publicou entrevista com o secretário de Ensino Superior,
José Aristodemo Pinotti, na
qual ele afirma que "certos remanejamentos, que mudem dinheiro de um item econômico
para outro, precisam da autorização do governador".
Após a publicação, Pinotti
disse que podia ter se "expressado mal", que a medida só entraria em vigor em 2008 e que
ainda cabia negociação. O texto
da Fazenda reafirma que a definição só será fechada em conjunto com os reitores.
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