|
Próximo Texto | Índice
SÃO PAULO
Polícia Militar estima que 200 mil pessoas participaram da quinta edição do evento, o maior do gênero no país
Parada gay registra recorde de público
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
![](../images/c1806012001.jpg) |
Vista geral da parada que foi realizada na avenida Paulista |
SÍLVIA CORRÊA
ESTANISLAU MARIA
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A 5ª Parada do Orgulho GLBT
(de Gays, Lésbicas, Bissexuais e
Transgêneros), realizada ontem
no centro de São Paulo, contou
com o maior público já registrado
em eventos do gênero no país.
De acordo com a Polícia Militar,
que manteve 400 policiais na área,
cerca de 200 mil pessoas acompanharam a caminhada das 15h às
20h. Entre elas estavam a prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy, e o
deputado José Genoino, pré-candidato petista ao governo.
Nas edições anteriores, a parada
reuniu de 2.000 pessoas (1997) a
100 mil (2000). O número deste
ano põe o evento paulista entre os
maiores do mundo, atrás de
Sydney e Nova York (500 mil),
Berlim (350 mil), San Francisco
(300 mil) e Paris (250 mil).
As ruas do centro foram interditadas, provocando nove quilômetros de filas nas avenidas Paulista,
Rebouças e proximidades.
O dia do orgulho gay surgiu em
todo mundo depois de um confronto entre homossexuais e policiais, em 28 de junho de 1969, em
Nova York. Mas o tom crítico do
ato cede, ano a ano, lugar à festa.
Ontem, ela foi um verdadeiro
Carnaval fora de época, com 12
carros de som, três ônibus, arco-íris de bexigas e bandeiras de seis
cores -símbolo GLBT-, que representam a vida (roxo), o coração (laranja), o sol (amarelo), a
natureza (verde), a harmonia
(azul anil) e o espírito (violeta).
Mas não faltaram bandeiras do
PSTU e da CUT e cartazes contra
o preconceito, além da distribuição de 50 mil preservativos.
O principal motivo da manifestação era celebrar a liberdade de
opção. E, por ela, misturaram-se
jovens garotas de mãos dadas,
drag queens, 400 voluntários, pais
com filhos nos ombros, viúvas
com cachorrinhos e muitas famílias. O slogan da parada pedia que
os participantes abraçassem a diferença. E eles abraçaram.
"Vim para dizer ao presidente
que o Brasil tem de ser alegre assim", disse a aposentada Helena
Vieira Vinhal, 70. "Queremos que
ele cresça respeitando a diferença", disse o professor Vicente Valery, que, acompanhado pela mulher, Flávia, levava o filho Antônio, 2, nos ombros.
A multidão começou a se concentrar às 14h na Paulista. Pouco
depois das 15h, a parada foi aberta
por um discurso da prefeita (leia
abaixo). Em seguida, Edson Cordeiro cantou o Hino Nacional e o
hit "I will survive", que levantou a
multidão que tomava um quilômetro de avenida. As calçadas
também estavam lotadas e chovia
papel picado dos prédios.
O abre-alas chegou à praça da
República às 17h50. Às 19h, os
participantes cantaram o "Hino à
Diversidade" e a "Ave Maria", dedicada ao adestrador Edson Néris, morto em 2000 por carecas na
praça da República. A festa terminou às 20h, sem incidentes.
Próximo Texto: Desfile tem muito decote e topless Índice
|