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Presos PMs suspeitos de matar ex-detentos
Três policiais foram presos no ABC após testemunha relatar sequestro
Secretário da Segurança Pública decreta o afastamento de capitão e do comandante do batalhão da área
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Suspeitos de sequestrar e
matar dois ex-presidiários
que estavam em uma quermesse em Santo André (ABC)
na última sexta-feira, três policiais militares foram presos
anteontem à tarde.
Após as prisões dos PMs,
que fazem parte da Força Tática (espécie de grupo de elite
de cada batalhão), o secretário da Segurança Pública,
Antonio Ferreira Pinto, determinou o afastamento do
capitão da Força Tática e do
comandante do batalhão responsável pelo policiamento
em parte do ABC paulista .
O tenente-coronel Márcio
Roberto de Camargo deixou
ontem o comando do 10º Batalhão, assim como o capitão
Edson Lima não é mais o responsável pela Força Tática.
Os corpos de Rendison
Carlos da Silva e Anderson
Márcio Honório foram encontrados sábado em Ribeirão Pires (Grande SP).
As prisões foram feitas pela Corregedoria da PM (órgão
fiscalizador) após uma testemunha dizer ter visto quando
os ex-presidiários foram postos no carro n.º 10.015 da polícia, onde estavam PMs.
A Corregedoria não sabe se
os PMs usaram o rádio do
carro em que estavam para
fazer consultas sobre o passado de Silva e Honório.
Como o carro n.º 10.015
não tem rastreador, a Corregedoria vai rastrear os telefones celulares e rádios particulares dos PMs para descobrir se eles estiveram na área
em que os corpos das vítimas
foram achados.
O Comando da PM se recusou a informar os nomes dos
três PMs sob a alegação de
que a informação "pode atrapalhar as investigações" e
"porque eles [PMs] estão na
condição de suspeitos".
As prisões dos PMs têm caráter administrativo (por cinco dias) e, por isso, eles não
estão no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de
São Paulo, mas, sim, na própria Corregedoria, no bairro
da Luz (região central).
Hoje, a Corregedoria deve
pedir a decretação da prisão
preventiva (até um possível
julgamento) deles à Justiça.
O desaparecimento dos
ex-presidiários foi revelado
pela Rede Record.
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