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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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"A gente entra por tudo quanto é lado, de fininho"

DA SUCURSAL DO RIO

"Fui preso na guerra", disse à Folha um dos traficantes capturados pela polícia. Ele pediu para não ser identificado.
O traficante, que tem 25 anos e integra a quadrilha do Comando Vermelho na favela Parque União (complexo da Maré, na zona norte), explicou o motivo dos confrontos. "A guerra é porque Robertinho [de Lucas] tomou Vigário e nós fomos retomar", disse ele. O traficante disse que o "bonde" (comboio de traficantes) foi armado na Vila Cruzeiro (favela no complexo do Alemão, na Penha), a pedido de Cosminho, gerente do tráfico em Vigário Geral. Mais de cem traficantes de favelas do CV, como Mangueira, Borel, Parque União e Jardim América, participaram da invasão. "A gente entra por tudo quanto é lado, de fininho. Na hora em que encontra os alemães [inimigos], vai para cima", explicou. "Deparamos com a blitz da polícia, houve um imenso tiroteio. Fomos para uma casa que foi cercada pela polícia e fomos presos", disse, acrescentando, sem demonstrar emoção, que o irmão Dentinho morreu, baleado ao tentar fugir. Em liberdade condicional há um mês e meio, ele lamentou a decisão de entrar no "bonde": "Tenho família, agora vou ficar velhinho na cadeia".


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