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"A gente entra por tudo quanto é lado, de fininho"
DA SUCURSAL DO RIO
"Fui preso na guerra", disse à Folha um dos traficantes
capturados pela polícia. Ele
pediu para não ser identificado.
O traficante, que tem 25
anos e integra a quadrilha do
Comando Vermelho na favela Parque União (complexo da Maré, na zona norte),
explicou o motivo dos confrontos. "A guerra é porque
Robertinho [de Lucas] tomou Vigário e nós fomos retomar", disse ele. O traficante disse que o "bonde" (comboio de traficantes) foi armado na Vila Cruzeiro (favela no complexo do Alemão, na Penha), a pedido de
Cosminho, gerente do tráfico em Vigário Geral. Mais de
cem traficantes de favelas do
CV, como Mangueira, Borel,
Parque União e Jardim
América, participaram da
invasão. "A gente entra por
tudo quanto é lado, de fininho. Na hora em que encontra os alemães [inimigos],
vai para cima", explicou.
"Deparamos com a blitz da
polícia, houve um imenso tiroteio. Fomos para uma casa
que foi cercada pela polícia e
fomos presos", disse, acrescentando, sem demonstrar
emoção, que o irmão Dentinho morreu, baleado ao tentar fugir. Em liberdade condicional há um mês e meio,
ele lamentou a decisão de
entrar no "bonde": "Tenho família, agora vou ficar velhinho na cadeia".
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