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Bombeiros levam mais de 4 h para chegar aos destroços
Equipes têm de combater labaredas de 20 m para alcançar vítimas; 40 corpos haviam sido retirados até a 1h20 de hoje
CET interrompe trânsito na área; por segurança, Eletropaulo desliga energia no entorno do local do acidente do Airbus
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi só às 23h24 de ontem,
cerca de quatro horas e meia
após o choque do Airbus contra
um prédio da TAM, que os
bombeiros conseguiram chegar perto dos destroços da aeronave. Treze minutos depois
foram retirados, de dentro do
avião, os dois primeiros corpos
carbonizados. Até a conclusão
desta edição, tinham sido retirados 40 corpos do local, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Destes, 25 estavam
no avião e 3 fora. Sobre os outros 12 não havia informação.
A principal tarefa da equipe
de bombeiros, até esse horário,
era controlar as chamas que tomaram conta do prédio de três
andares onde funcionava a
TAM Express, separado do aeroporto de Congonhas, na zona
sul de São Paulo, pela avenida
Washington Luís, uma das
mais movimentadas da cidade.
Os bombeiros começaram a
retirada de corpos pela cauda
do avião. Depois do início dos
trabalhos, o risco de desabamento de uma parede fez com
que ampliassem a área isolada.
Às 21h14, o capitão Mauro
Lopez, porta-voz do Corpo de
Bombeiros, informou que o foco principal do incêndio tinha
sido controlado, mas ainda havia focos secundários. Parte do
edifício desabou. Segundo ele,
cerca de 150 homens trabalhavam no local, com 50 veículos.
O clima na região era de zona
de guerra. O trânsito foi interrompido e a luz foi desligada
em toda a vizinhança a partir
das 20h52 -a previsão é que a
energia só seria religada hoje.
Os bombeiros estenderam
uma lona amarela na pista da
avenida. Ali, foram enfileiradas
macas, com coletes cervicais.
Cobertores térmicos foram levados para o local.
As pessoas mobilizadas para
o resgate -bombeiros, policiais
civis e militares, funcionários
da Defesa Civil, médicos- usavam máscaras para se proteger
da fumaça e dos gases.
Labaredas com até 20 metros
de altura, explosões e o desabamento parcial do prédio dificultavam o trabalho.
Até a 1h20 de hoje, 27 imóveis residenciais e comerciais
haviam sido interditados pela
Defesa Civil, mas esse número
poderia aumentar, pois a vistoria ainda não havia terminado.
Não havia danos nos imóveis. A
interdição ocorreu por conta de
risco causado por gás ou fumaça e deve durar, no máximo, 48
horas. Os moradores foram levado para hotéis, que serão custeados pela TAM.
No saguão de Congonhas,
uma fila de passageiros se estendia, à espera da remarcação
das passagens. Mas, ao contrário da revolta dos piores momentos da crise aérea, o clima
era de comoção.
A mesma emoção tomou
conta do taxista Paulo Carol,
43. Segundo ele, garoava quando, ao passar pela avenida Washington Luís, às 18h50, viu um
avião fazer uma curva, sair da
pista, cruzar a avenida por cima
dos carros num vôo rasante e se
chocar contra o prédio.
Ele fazia a última corrida do
dia, levando um casal ao aeroporto. Com o carro atingido por
estilhaços, ficou estático. Foi tirado dali pelos passageiros.
Chuva
Nos últimos três dias, a precipitação em São Paulo foi de 41,7
mm -equivalente a 94,7% da
média histórica de chuvas para
julho. Só ontem, até as 19h, o índice foi de 7,2 mm. Entretanto,
a chuva não foi forte na região
de Congonhas, conforme o
CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).
Nas estações mais próximas
ao aeroporto, em Jabaquara e
na Vila Mariana, a precipitação
foi de 2 mm e de 7,9 mm, respectivamente.
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