São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bombeiros levam mais de 4 h para chegar aos destroços

Equipes têm de combater labaredas de 20 m para alcançar vítimas; 40 corpos haviam sido retirados até a 1h20 de hoje

CET interrompe trânsito na área; por segurança, Eletropaulo desliga energia no entorno do local do acidente do Airbus

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi só às 23h24 de ontem, cerca de quatro horas e meia após o choque do Airbus contra um prédio da TAM, que os bombeiros conseguiram chegar perto dos destroços da aeronave. Treze minutos depois foram retirados, de dentro do avião, os dois primeiros corpos carbonizados. Até a conclusão desta edição, tinham sido retirados 40 corpos do local, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Destes, 25 estavam no avião e 3 fora. Sobre os outros 12 não havia informação.
A principal tarefa da equipe de bombeiros, até esse horário, era controlar as chamas que tomaram conta do prédio de três andares onde funcionava a TAM Express, separado do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, pela avenida Washington Luís, uma das mais movimentadas da cidade.
Os bombeiros começaram a retirada de corpos pela cauda do avião. Depois do início dos trabalhos, o risco de desabamento de uma parede fez com que ampliassem a área isolada.
Às 21h14, o capitão Mauro Lopez, porta-voz do Corpo de Bombeiros, informou que o foco principal do incêndio tinha sido controlado, mas ainda havia focos secundários. Parte do edifício desabou. Segundo ele, cerca de 150 homens trabalhavam no local, com 50 veículos.
O clima na região era de zona de guerra. O trânsito foi interrompido e a luz foi desligada em toda a vizinhança a partir das 20h52 -a previsão é que a energia só seria religada hoje.
Os bombeiros estenderam uma lona amarela na pista da avenida. Ali, foram enfileiradas macas, com coletes cervicais. Cobertores térmicos foram levados para o local.
As pessoas mobilizadas para o resgate -bombeiros, policiais civis e militares, funcionários da Defesa Civil, médicos- usavam máscaras para se proteger da fumaça e dos gases.
Labaredas com até 20 metros de altura, explosões e o desabamento parcial do prédio dificultavam o trabalho.
Até a 1h20 de hoje, 27 imóveis residenciais e comerciais haviam sido interditados pela Defesa Civil, mas esse número poderia aumentar, pois a vistoria ainda não havia terminado. Não havia danos nos imóveis. A interdição ocorreu por conta de risco causado por gás ou fumaça e deve durar, no máximo, 48 horas. Os moradores foram levado para hotéis, que serão custeados pela TAM.
No saguão de Congonhas, uma fila de passageiros se estendia, à espera da remarcação das passagens. Mas, ao contrário da revolta dos piores momentos da crise aérea, o clima era de comoção.
A mesma emoção tomou conta do taxista Paulo Carol, 43. Segundo ele, garoava quando, ao passar pela avenida Washington Luís, às 18h50, viu um avião fazer uma curva, sair da pista, cruzar a avenida por cima dos carros num vôo rasante e se chocar contra o prédio.
Ele fazia a última corrida do dia, levando um casal ao aeroporto. Com o carro atingido por estilhaços, ficou estático. Foi tirado dali pelos passageiros.

Chuva
Nos últimos três dias, a precipitação em São Paulo foi de 41,7 mm -equivalente a 94,7% da média histórica de chuvas para julho. Só ontem, até as 19h, o índice foi de 7,2 mm. Entretanto, a chuva não foi forte na região de Congonhas, conforme o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).
Nas estações mais próximas ao aeroporto, em Jabaquara e na Vila Mariana, a precipitação foi de 2 mm e de 7,9 mm, respectivamente.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.