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Controladores são condenados por motim
Justiça Militar sentenciou oito operadores de Manaus a penas que incluem prisão e perda dos cargos
DA AGÊNCIA FOLHA
Os oito controladores do
Cindacta-4 (Centro Integrado
de Defesa Aérea e Controle do
Tráfego Aéreo) acusados de
promover o motim que interrompeu o tráfego aéreo do país
em 30 de março de 2007 foram
condenados ontem pela Justiça
Militar, em Manaus, a penas
que vão de dois meses a dois
anos e dois meses de detenção,
além da perda dos cargos.
Os militares foram condenados pelos crimes de publicação
ou crítica indevida, desrespeito
a superior e incitamento à desobediência, à indisciplina ou à
prática de crime militar, previstos no Código Penal Militar.
Eles poderão recorrer da decisão em liberdade.
Dos oito, apenas o sargento
Rivelino Paiva não perdeu o
cargo. Os outros foram os sargentos Lisandro Koyama, Alex
Gonçalves Sá, Daniel Tavares
de Lima, Walber Sousa Oliveira, Wilson Aragão, Wendelson
Pereira Pessoa e Michael Rodrigues. Eles negam os crimes.
A reportagem não conseguiu
contatar o advogado dos controladores. Mulheres dos militares choraram após a decisão.
A crise no controle do tráfego
aéreo, que teve seu ápice em
março de 2007, foi desencadeada pelo acidente com o Boeing
da Gol, em 2006. Controladores militares se rebelaram em
protesto contra sobrecarga de
trabalho, falhas nos equipamentos e defasagem tecnológica nos Cindactas. A idéia era
forçar a desmilitarização.
Em Manaus, controladores
permaneceram aquartelados e
em greve de fome dentro do
Cindacta-4. Eles se deixaram
fotografar e a imagem virou o
símbolo do apagão aéreo.
Em 8 de abril de 2007, concederam entrevistas à Folha e
disseram não se arrepender do
protesto. Por causa da reportagem, foram acusados de desrespeito à hierarquia e às normas do regimento militar.
O Ministério Público Militar
denunciou os oito controladores do Cindacta-4. Em 14 de
agosto, sete foram presos e soltos dois meses depois. As prisões foram motivo de protestos
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
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