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Erro de projeto gerou falhas, diz Telefônica
Diretor afirma que falhas no Speedy resultaram de escolhas equivocadas de tecnologias, que abriram "portas" para hackers
Operadora diz ter resolvido esses problemas técnicos com antecedência e quer retomar venda do produto, suspensa pela Anatel
JULIO WIZIACK
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um ano após a primeira pane
do Speedy, a Telefônica revelou
que as falhas em seu produto de
acesso à internet foram resultado de erro de planejamento. O
problema ocorreu na escolha
da tecnologia usada em seu plano de expansão e modernização
da rede, que, mais recentemente, gerou falhas de segurança.
Resultado: em abril, essa fragilidade facilitou o ataque de
hackers, que sobrecarregaram
os equipamentos responsáveis
pelas conexões dos computadores à rede, deixando 2,6 milhões de clientes sem internet.
Após sucessivas panes, a Agência Nacional de Telecomunicações proibiu em 23 de junho a
Telefônica de vender o Speedy.
A informação sobre o erro de
planejamento foi dada ontem
por Fabio Micheli, diretor de
serviços e operações de redes e
sistemas da Telefônica. Até então, acreditava-se que a pane de
abril ocorrera devido a um ataque de hackers que, por contra
própria, quebraram as barreiras de segurança da operadora.
Agora, sabe-se que a Telefônica
acabou "abrindo as portas".
Ainda segundo Micheli, esses
problemas surgiram como
"efeito colateral" do projeto de
expansão da rede, iniciado antes das primeiras falhas.
Para ele, as panes foram uma
"reação adversa" à escolha de
determinados equipamentos
que, ao se juntarem em atividade aos demais, "comportaram-se" de forma imprevisível. "Fizemos testes exaustivos e nada
disso tinha acontecido", disse.
As panes de maio e junho não
tiveram a ver com um "upgrade" dos equipamentos e softwares, que, novamente, não
"reagiram" adequadamente.
Antecedência
Na manhã de ontem, o presidente da Telefônica, Antonio
Carlos Valente, afirmou ter ligado para o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, a fim
de informá-lo sobre o cumprimento do plano de estabilidade
da rede do Speedy. Ele diz ter
atingido com dez dias de antecedência a meta estabelecida.
Agora, a instabilidade da rede
fica resolvida. O plano, com duração prevista de um mês, consumiu R$ 16 milhões em equipamentos, permitindo aumento de 20% da capacidade de
processamento.
Valente também reforçou a
proteção contra a invasão de
hackers e aumentou em 65% a
capacidade das máquinas que
conectam a internet do Brasil
com a do exterior.
Para ele, as falhas ocorreram
em consequência do perfil inovador da Telefônica, que, para
dar conta do tráfego de dados
cada vez mais intenso, ousou na
escolha de tecnologias de ponta. "Talvez devêssemos ter sido
mais cautelosos. Tivemos de
dar um passo atrás agora."
A partir deste momento, a
companhia volta a priorizar o
plano de expansão da rede, que
prevê R$ 52 milhões na compra
de mais equipamentos até o final de 2010. Esses recursos são
uma antecipação dos R$ 750
milhões em investimentos em
internet em 2009.
No dia 20, a Anatel checará o
cumprimento das metas de estabilização do Speedy.
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