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São Caetano ainda é a "terra do carro"
Renda da população e cultura da indústria automobilística da cidade do Grande ABC ajudam a explicar fenômeno
Se as crianças e os idosos forem retirados do cálculo, município tem praticamente um veículo por habitante
DE SÃO PAULO
Não é de hoje que São Caetano do Sul, no ABC paulista,
é considerada a "terra do automóvel". Ela se mantém há
anos no topo do ranking de
veículos ou de carro por habitante, dentre os municípios
médios ou grandes do país.
A cidade tem 75 veículos
-ou 57 carros- por 100 moradores. Se descontar as
crianças e os idosos, fica praticamente um para cada.
A primeira explicação está
ligada à renda da população
de São Caetano do Sul, que
costuma permanecer sempre
entre as líderes no país.
O fator "município rico" se
junta à condição de totalmente urbanizado e à cultura
da indústria automobilística
enraizada na história local.
"A General Motors está
aqui. É difícil passar um mês
sem fazer um "feirão" de vendas", diz Marcelo Ferreira de
Souza, secretário de Mobilidade Urbana da prefeitura.
O curioso é que, mesmo
com tantos veículos, os congestionamentos no município não se equiparam aos da
capital -apesar de queixas
de lentidão na av. Goiás.
Isso porque ela tem um
pouco de cidade-dormitório.
Muita gente mora lá, mas trabalha e utiliza seu carro diariamente em São Paulo.
E os acessos de entrada e
saída não são poucos nem
pequenos -da rodovia Anchieta à av. dos Estados.
DESENVOLVIDOS
São Caetano é líder, mas
não a única no país com taxas de motorização semelhante à de países desenvolvidos, como nos EUA e em
boa parte da Europa.
O país tem uma lista de 418
municípios com mais de 50
veículos por 100 habitantes
-a maioria no Sul e Sudeste.
É como se 7% do país tivesse, em quantidade, uma frota
igual à do primeiro mundo.
Só que com a desvantagem do transporte coletivo
deficiente e malha viária restrita. Os resultados inevitáveis são os engarrafamentos,
bem como avanço de motos,
que não são disseminadas na
maioria dos países ricos.
Na capital paulista, a média é de 57 veículos (ou 41
carros) por 100 moradores.
O mapeamento da Folha
utilizou registros da frota do
Denatran e dados de população estimados pelo IBGE.
Os primeiros podem ter
imprecisões pelo fato, por
exemplo, de não incluir veículos com as antigas placas
amarelas, sem que tivessem
se regularizado desde então.
A quantidade em circulação,
porém, é muito pequena.
(ALENCAR IZIDORO)
DANUZA LEÃO
A colunista está em férias
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