São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

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Medidas não recuperam nem 10% do já devastado

Árvore era encontrada na faixa entre RN e SP

DE SÃO SEBASTIÃO

A ação ambiental de Norberto Baracui a favor do pau-brasil, árvore que consta da lista oficial do país como ameaçada de extinção, está longe de ser a única.
Outros grupos no Rio de Janeiro e no Nordeste também tentam resgatar a história da árvore que dá nome ao Brasil. Na época da colônia, ela era cobiçada por causa da sua cor vermelha.
A tintura feita a partir da árvore era usada para colorir as roupas reais na Europa.
Mas, mesmo com o esforço de todos, a partir de cálculos muito otimistas, a quantidade de mudas geradas até hoje não representa 10% do que foi devastado no passado.
Entre 1500 e 1872, quando a Coroa portuguesa exerceu um monopólio estatal sobre as reservas de pau-brasil, 70 milhões de árvores da espécie foram retiradas de um país dominado pelos "brasileiros". Leia-se: traficantes.
Em São Paulo, segundo Baracui, um dos exemplares mais antigos que ele conhece da árvore embeleza uma rua na Vila Madalena, na zona oeste de SP, a dos Zapara.
"Ela deve ter mais ou menos uns 60 anos. Por ter uma raiz que vai em direção ao solo, o pau-brasil pode ser usado sem risco de destruir as calçadas, por exemplo", diz o educador Baracui.
Antes, típica do ambiente de mata atlântica, ela era encontrada entre o Rio Grande do Norte e São Paulo. Atualmente, apenas em viveiros, jardins botânicos, algumas reservas ou ruas isoladas.
Historiadores contam que os franceses e holandeses foram os que mais exploraram o pau-brasil. Os primeiros por causa do longo período em que retiraram a árvore.
Os holandeses, entretanto, foram mais vorazes. Entre 1632 e 1651 eles retiraram 3.718 toneladas da planta, o que significou 22,5% do total explorado no século 17.
Na verdade, tanto a árvore símbolo do Brasil, como a própria floresta em que ela vivia, sumiram juntos. Hoje, os mais otimistas, dizem que resta apenas um pouco mais de 20% da floresta atlântica.
Nem sempre é fácil reconhecer o pau-brasil, lembra Baracui. "A árvore é prima do pau-ferro e, por isso, acaba sendo frequentemente confundida com ele".
"As sementes saem dessas vagens. A abertura delas não dura mais que alguns dias", conta o educador, mostrando as estruturas na mão.
"A planta precisa de muita água e sol para crescer", conta, para quem quiser plantar.
(EDUARDO GERAQUE)


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