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Medidas não recuperam nem 10% do já devastado
Árvore era encontrada
na faixa entre RN e SP
DE SÃO SEBASTIÃO
A ação ambiental de Norberto Baracui a favor do pau-brasil, árvore que consta da
lista oficial do país como
ameaçada de extinção, está
longe de ser a única.
Outros grupos no Rio de
Janeiro e no Nordeste também tentam resgatar a história da árvore que dá nome ao
Brasil. Na época da colônia,
ela era cobiçada por causa da
sua cor vermelha.
A tintura feita a partir da
árvore era usada para colorir
as roupas reais na Europa.
Mas, mesmo com o esforço
de todos, a partir de cálculos
muito otimistas, a quantidade de mudas geradas até hoje
não representa 10% do que
foi devastado no passado.
Entre 1500 e 1872, quando
a Coroa portuguesa exerceu
um monopólio estatal sobre
as reservas de pau-brasil, 70
milhões de árvores da espécie foram retiradas de um
país dominado pelos "brasileiros". Leia-se: traficantes.
Em São Paulo, segundo
Baracui, um dos exemplares
mais antigos que ele conhece
da árvore embeleza uma rua
na Vila Madalena, na zona
oeste de SP, a dos Zapara.
"Ela deve ter mais ou menos uns 60 anos. Por ter uma
raiz que vai em direção ao solo, o pau-brasil pode ser usado sem risco de destruir as
calçadas, por exemplo", diz o
educador Baracui.
Antes, típica do ambiente
de mata atlântica, ela era encontrada entre o Rio Grande
do Norte e São Paulo. Atualmente, apenas em viveiros,
jardins botânicos, algumas
reservas ou ruas isoladas.
Historiadores contam que
os franceses e holandeses foram os que mais exploraram
o pau-brasil. Os primeiros
por causa do longo período
em que retiraram a árvore.
Os holandeses, entretanto, foram mais vorazes. Entre
1632 e 1651 eles retiraram
3.718 toneladas da planta, o
que significou 22,5% do total
explorado no século 17.
Na verdade, tanto a árvore
símbolo do Brasil, como a
própria floresta em que ela
vivia, sumiram juntos. Hoje,
os mais otimistas, dizem que
resta apenas um pouco mais
de 20% da floresta atlântica.
Nem sempre é fácil reconhecer o pau-brasil, lembra
Baracui. "A árvore é prima do
pau-ferro e, por isso, acaba
sendo frequentemente confundida com ele".
"As sementes saem dessas
vagens. A abertura delas não
dura mais que alguns dias",
conta o educador, mostrando as estruturas na mão.
"A planta precisa de muita
água e sol para crescer", conta, para quem quiser plantar.
(EDUARDO GERAQUE)
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