São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

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Técnica diz que governo indicou ONG fantasma

ONG baiana participa do Brasil Alfabetizado e teria apresentado carta de recomendação de autoridade

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Técnica administrativa da Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia), Generosa Souza Ribeiro, 34, disse ontem que o governo baiano recomendou uma ONG (organização não-governamental) supostamente fantasma (Educar.com) para trabalhar no programa Brasil Alfabetizado.
Sete ONGs da Bahia, que firmaram convênios com o Ministério da Educação, estão sendo investigadas pois teriam desviado dinheiro do programa. No total, o esquema, formado ainda por outras ONGs, desviou R$ 2,1 milhões neste ano. Elas teriam apresentado cartas de recomendação de prefeitos e outras autoridades.
"A Uesb foi a encarregada pelo governo anterior [administração Paulo Souto] de implantar o projeto no sudoeste do Estado. A universidade e eu não sabíamos de eventuais irregularidades, até porque os cursos foram realizados, e os jovens, alfabetizados. Nós temos as listas de freqüências dos alfabetizadores e dos alfabetizados", disse Ribeiro.
Mestre em agronomia, a técnica administrativa disse que Francisco Félix, presidente da Educar.com, foi "muitas vezes" a Vitória da Conquista (BA), cidade onde está localizada a principal base da Uesb. Félix é apontado como interlocutor entre as ONGs suspeitas.
Ribeiro disse também que assinou seis documentos atestando o funcionamento do programa, a pedido de Francisco Félix. "Para a minha surpresa, ele falsificou a minha assinatura em um outro documento."
Félix nega as denúncias e diz que apenas ajudava as entidades interessadas no desenvolvimento de projetos públicos. "Os documentos encaminhados ao MEC demonstram que todas as entidades existem."

Guarulhos
O vereador de Guarulhos (Grande SP) Toninho Raimundo (PSL) afirmou que assinou uma recomendação para a ONG Núcleo Cultural Direito ao Saber após um assessor dele visitar o projeto e verificar que as aulas eram dadas. A organização também é suspeita de irregularidades.


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