São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

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Acusado de extorsão é investigado por tráfico

Segundo a Polícia Civil, cabo acusado de roubar empresário no Rio usando uniforme da PF integra quadrilha de traficantes

Tito Lívio de Paiva Franco teve a prisão preventiva pedida ontem em decisão baseada em monitoramento telefônico e depoimentos

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

O cabo do Corpo de Bombeiros Tito Lívio de Paiva Franco, 31, acusado de roubar e tentar extorquir um empresário da Barra da Tijuca usando uniforme da Polícia Federal, também integra a quadrilha que controla o tráfico de drogas nas favelas Vila Ideal e do Lixão, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, segundo a Polícia Civil.
O delegado-titular da 59ª DP (Caxias), André Drumond, pediu ontem a prisão preventiva (por 30 dias) do militar por tráfico. A decisão foi baseada em monitoramento telefônico e no depoimento de duas mulheres, segundo ele.
Daiana Gomes de Oliveira,19, e Maura Lelis Martins, 23, presas com maconha e cocaína no dia 8 de janeiro, na estação de trem de Bonsucesso, no subúrbio do Rio, afirmaram que transportavam a droga para o bombeiro, em depoimento prestado na madrugada de ontem. Na ocasião da prisão, elas disseram que a droga estava sendo levada para um traficante conhecido como Nem.
Segundo o delegado Drumond, esse é o codinome de Paiva Franco nas favelas de Caxias. O cabo dos Bombeiros Antônio Lázaro da Silva França, 35, também teve a prisão temporária (por cinco dias) pedida.
Os dois e mais um homem não identificado participaram, na tarde de quarta, na zona oeste do Rio, do roubo e da tentativa de extorsão do empresário Marcelo Alves dos Santos, 44, sócio de uma casa de cambio. Eles alegaram que realizavam investigação sobre lavagem de dinheiro e que o uniforme da PF impunha mais respeito.
Sobre a identificação do terceiro acusado, o delegado-titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Carlos Augusto Nogueira Pinto, responsável pela apuração do caso, informou que requisitou uma fita de vídeo que pode ter gravado o trio junto. Ele disse que o Honda Civic preto usado pelo terceiro acusado, que teria fugido com os R$ 30 mil roubados do empresário, foi enviado ao Instituto Félix Pacheco para que as impressões digitais sejam colhidas.
O trio foi filmado em um restaurante na rodovia Washington Luiz, altura de Caxias, comemorando o sucesso do roubo, segundo policiais ouvidos pela Folha.
O titular da 16ª DP afirmou que as camisas com a inscrição da PF, usadas no assalto, não foram queimadas, como os dois bombeiros presos disseram. Os uniformes foram encontrados dentro do Honda Civic.
Sobre a identidade do foragido, a Folha apurou que ele seria um PM. A polícia suspeita que a quadrilha tenha ao menos seis pessoas. Outros policiais ou informantes da polícia podem estar envolvidos.
Ontem, dois funcionários da casa de cambio prestaram depoimento. Até o fechamento desta edição, o teor não havia sido divulgado.
O proprietário de uma padaria na Gávea, zona sul, que afirma ter reconhecido Paiva Franco e Silva França como dois dos quatro homens que tentaram extorqui-lo terça-feira passada, deve prestar depoimento nos próximos dias.


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