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Acusado de extorsão é investigado por tráfico
Segundo a Polícia Civil, cabo acusado de roubar empresário no Rio usando uniforme da PF integra quadrilha de traficantes
Tito Lívio de Paiva Franco teve a prisão preventiva pedida ontem em decisão baseada em monitoramento telefônico e depoimentos
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
O cabo do Corpo de Bombeiros Tito Lívio de Paiva Franco,
31, acusado de roubar e tentar
extorquir um empresário da
Barra da Tijuca usando uniforme da Polícia Federal, também
integra a quadrilha que controla o tráfico de drogas nas favelas
Vila Ideal e do Lixão, em Duque
de Caxias, Baixada Fluminense, segundo a Polícia Civil.
O delegado-titular da 59ª DP
(Caxias), André Drumond, pediu ontem a prisão preventiva
(por 30 dias) do militar por tráfico. A decisão foi baseada em
monitoramento telefônico e no
depoimento de duas mulheres,
segundo ele.
Daiana Gomes de Oliveira,19,
e Maura Lelis Martins, 23, presas com maconha e cocaína no
dia 8 de janeiro, na estação de
trem de Bonsucesso, no subúrbio do Rio, afirmaram que
transportavam a droga para o
bombeiro, em depoimento
prestado na madrugada de ontem. Na ocasião da prisão, elas
disseram que a droga estava
sendo levada para um traficante conhecido como Nem.
Segundo o delegado Drumond, esse é o codinome de
Paiva Franco nas favelas de Caxias. O cabo dos Bombeiros Antônio Lázaro da Silva França,
35, também teve a prisão temporária (por cinco dias) pedida.
Os dois e mais um homem
não identificado participaram,
na tarde de quarta, na zona oeste do Rio, do roubo e da tentativa de extorsão do empresário
Marcelo Alves dos Santos, 44,
sócio de uma casa de cambio.
Eles alegaram que realizavam
investigação sobre lavagem de
dinheiro e que o uniforme da
PF impunha mais respeito.
Sobre a identificação do terceiro acusado, o delegado-titular da 16ª DP (Barra da Tijuca),
Carlos Augusto Nogueira Pinto, responsável pela apuração
do caso, informou que requisitou uma fita de vídeo que pode
ter gravado o trio junto. Ele disse que o Honda Civic preto usado pelo terceiro acusado, que
teria fugido com os R$ 30 mil
roubados do empresário, foi
enviado ao Instituto Félix Pacheco para que as impressões
digitais sejam colhidas.
O trio foi filmado em um restaurante na rodovia Washington Luiz, altura de Caxias, comemorando o sucesso do roubo, segundo policiais ouvidos
pela Folha.
O titular da 16ª DP afirmou
que as camisas com a inscrição
da PF, usadas no assalto, não
foram queimadas, como os dois
bombeiros presos disseram. Os
uniformes foram encontrados
dentro do Honda Civic.
Sobre a identidade do foragido, a Folha apurou que ele seria um PM. A polícia suspeita
que a quadrilha tenha ao menos seis pessoas. Outros policiais ou informantes da polícia
podem estar envolvidos.
Ontem, dois funcionários da
casa de cambio prestaram depoimento. Até o fechamento
desta edição, o teor não havia
sido divulgado.
O proprietário de uma padaria na Gávea, zona sul, que afirma ter reconhecido Paiva
Franco e Silva França como
dois dos quatro homens que
tentaram extorqui-lo terça-feira passada, deve prestar depoimento nos próximos dias.
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