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28 ficam sob mira de fuzis em roubo a condomínio
Alguns moradores foram chutados no arrastão no Campo Belo (zona sul)
Caso no bairro da zona sul é o 11º do ano na capital paulista; foram levados joias, dinheiro e a pistola de um morador
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
Os moradores de um edifício de alto padrão no Campo
Belo (zona sul) achavam que
estavam seguros, até passarem por um arrastão na noite
de segunda-feira.
O prédio em que vivem
tem cerca elétrica e sistema
de vigilância, com pelo menos cinco câmeras no térreo.
Foi só após a ação dos criminosos que perceberam
que a segurança era apenas
aparente. A cerca elétrica estava desligada e seus fios estavam frouxos.
As imagens das câmeras
eram armazenadas em um
computador dentro do prédio e o equipamento foi levado pelos bandidos.
Eram 20h30 quando cerca
de 20 homens fortemente armados, encapuzados e com
luvas cirúrgicas invadiram o
prédio e iniciaram a ação. Esse foi o 11º prédio assaltado
na cidade neste ano.
Dos 16 apartamentos do
condomínio, 7 foram roubados e 2 estavam vazios. Quem
chegava ou saía do prédio
era feito refém. Ao todo, 28
pessoas, entre elas cinco
crianças, ficaram sob a mira
de pistolas, fuzis e escopetas
da quadrilha.
Alguns moradores foram
amarrados na sala de ginástica e agredidos com chutes.
Outros ficaram presos dentro
do próprio apartamento.
A ação durou entre 30 e 40
minutos, segundo policiais
militares que estiveram no
local na noite de anteontem.
Foram levados joias, dinheiro e uma pistola .380 de
um empresário. Até a conclusão dessa edição, a polícia
ainda estava fazendo o levantamento da quantia roubada dos moradores.
O condomínio, com apartamentos avaliados em R$ 1,2
milhão, nunca havia sofrido
outro arrastão, de acordo
com a polícia.
PLANEJADO
Assim como nos outros
dez arrastões do ano, para a
Polícia Civil, esse caso foi
bastante planejado. A diferença é que, no assalto de anteontem, os ladrões pareciam mais bem preparados.
Conforme policiais, um
dos líderes da quadrilha (o
único sem capuz) dava as ordens dentro do prédio. Ele dizia para seus colegas não
transitarem entre os reféns e
os orientava sobre como agir.
Demonstravam conhecer
bem o edifício e saber onde
estava o computador que armazenava as imagens do circuito de vídeo.
"Os grupos [que roubam
condomínios] sempre detêm
informações dos prédios assaltados", disse o delegado
Antonio Carlos Heib, da delegacia especializada que investiga esse tipo de crime.
POSSIBILIDADES
Além dos ladrões que estavam dentro do prédio, havia
outros em ruas próximas que
se comunicavam com o grupo por meio de rádio.
Nas conversas, conforme
um morador, era possível ouvir um ladrão dizer se policiais rondavam a região.
A PM só chegou ao local
minutos depois do arrastão.
Ninguém foi preso e ainda
não há suspeitos.
A polícia trabalha com
duas hipóteses para a invasão. Uma é de que os ladrões
entraram pelo muro lateral
onde a cerca estava frouxa. A
outra é de que clonaram um
carro de morador para que o
porteiro abrisse a garagem.
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