São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2010

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28 ficam sob mira de fuzis em roubo a condomínio

Alguns moradores foram chutados no arrastão no Campo Belo (zona sul)

Caso no bairro da zona sul é o 11º do ano na capital paulista; foram levados joias, dinheiro e a pistola de um morador

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Os moradores de um edifício de alto padrão no Campo Belo (zona sul) achavam que estavam seguros, até passarem por um arrastão na noite de segunda-feira.
O prédio em que vivem tem cerca elétrica e sistema de vigilância, com pelo menos cinco câmeras no térreo.
Foi só após a ação dos criminosos que perceberam que a segurança era apenas aparente. A cerca elétrica estava desligada e seus fios estavam frouxos.
As imagens das câmeras eram armazenadas em um computador dentro do prédio e o equipamento foi levado pelos bandidos.
Eram 20h30 quando cerca de 20 homens fortemente armados, encapuzados e com luvas cirúrgicas invadiram o prédio e iniciaram a ação. Esse foi o 11º prédio assaltado na cidade neste ano.
Dos 16 apartamentos do condomínio, 7 foram roubados e 2 estavam vazios. Quem chegava ou saía do prédio era feito refém. Ao todo, 28 pessoas, entre elas cinco crianças, ficaram sob a mira de pistolas, fuzis e escopetas da quadrilha.
Alguns moradores foram amarrados na sala de ginástica e agredidos com chutes. Outros ficaram presos dentro do próprio apartamento.
A ação durou entre 30 e 40 minutos, segundo policiais militares que estiveram no local na noite de anteontem.
Foram levados joias, dinheiro e uma pistola .380 de um empresário. Até a conclusão dessa edição, a polícia ainda estava fazendo o levantamento da quantia roubada dos moradores.
O condomínio, com apartamentos avaliados em R$ 1,2 milhão, nunca havia sofrido outro arrastão, de acordo com a polícia.

PLANEJADO
Assim como nos outros dez arrastões do ano, para a Polícia Civil, esse caso foi bastante planejado. A diferença é que, no assalto de anteontem, os ladrões pareciam mais bem preparados.
Conforme policiais, um dos líderes da quadrilha (o único sem capuz) dava as ordens dentro do prédio. Ele dizia para seus colegas não transitarem entre os reféns e os orientava sobre como agir.
Demonstravam conhecer bem o edifício e saber onde estava o computador que armazenava as imagens do circuito de vídeo.
"Os grupos [que roubam condomínios] sempre detêm informações dos prédios assaltados", disse o delegado Antonio Carlos Heib, da delegacia especializada que investiga esse tipo de crime.

POSSIBILIDADES
Além dos ladrões que estavam dentro do prédio, havia outros em ruas próximas que se comunicavam com o grupo por meio de rádio.
Nas conversas, conforme um morador, era possível ouvir um ladrão dizer se policiais rondavam a região.
A PM só chegou ao local minutos depois do arrastão. Ninguém foi preso e ainda não há suspeitos.
A polícia trabalha com duas hipóteses para a invasão. Uma é de que os ladrões entraram pelo muro lateral onde a cerca estava frouxa. A outra é de que clonaram um carro de morador para que o porteiro abrisse a garagem.


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