São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Coronel nega ter pedido para juíza do Rio ajudar réu

Ele afirma que "não tem bagagem" para interceder em ação judicial, como disse em ofício a juíza assassinada

Presidente do Tribunal de Justiça nega que tenha recebido neste ano pedido de escolta feito pela magistrada

DO RIO

O coronel Fernando Salema, que ainda integra a equipe de segurança do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, afirmou ontem não ter motivo para interceder em uma decisão judicial.
Procurado, o Tribunal de Justiça não comentou o caso.
Em 2009, a juíza Patrícia Acioli, assassinada na semana passada, disse, em ofício, que Salema pediu-lhe a liberdade de um policial militar acusado de duplo homicídio.
"Não tenho essa bagagem toda para interceder em uma ação judicial", disse Salema.
"Esse depoimento da juíza é apenas uma parte do inquérito. Ao todo, o procedimento tem 300 páginas e não foi encontrado nada contra mim. Dois oficiais a orientaram mal e, depois de um tempo, ela entendeu isso", disse o coronel. Salema está há 26 anos na corporação.
Sobre a ausência de proteção à juíza, o presidente do TJ, Manoel Alberto Rebêlo, voltou a falar que a juíza não solicitou escolta neste ano. "Na minha administração [iniciada em 4 de fevereiro] não houve pedido", disse.
"Vocês têm a impressão de que o presidente sabe tudo o que se passa, mas o tribunal é o terceiro maior orçamento do Estado. Não tenho conhecimento de tudo, assim como a presidente e o governador não sabem de tudo o que se passa no governo."
Rebêlo disse que o foco não deve ser o pedido de proteção. "O foco é chegar à autoria [do crime]. Temos de procurar o culpado".
No dia seguinte à morte da juíza, ele havia dito que a escolta foi retirada porque a juíza não quis mantê-la. Segundo ele, o tribunal propôs uma redução no número de policiais, mas ela "achou que [a escolta] não era necessária".


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