São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2000

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URBANISMO
Maquete vai sair em 15 dias
Niemeyer projeta novo prédio para UNE

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grande centro cultural, um prédio de 13 andares, uma concha acústica e um monumento em homenagem ao estudante desaparecido na ditadura militar fazem parte do croqui desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer para a reconstrução do prédio da UNE (União Nacional dos Estudantes) na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro.
A maquete da construção deve ser divulgada pelo arquiteto nos próximos 15 dias, quando a UNE vai lançar a campanha de arrecadação de recursos. A obra deve custar de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões, segundo o presidente da entidade, Wadson Ribeiro.
O prédio onde funcionava a sede nacional da UNE foi destruído por um incêndio, ainda não esclarecido, no dia 1º de abril de 1964, primeiro dia da vigência da ditadura militar. O governo negou ter incendiado o local.
Os escombros do prédio foram retirados na década de 80, e o local virou um estacionamento. Em 1994, a UNE conseguiu do então presidente Itamar Franco a escritura definitiva do terreno.
A intenção da entidade é iniciar a obra em fevereiro do ano que vem, durante a abertura da 2ª Bienal da UNE. Para isso, pretende arrecadar recursos com a iniciativa privada e o governo do Rio.
"Não queremos uma sede política, mas recuperar a época do CPC (Centro Popular de Cultura), quando a entidade influía na cultura do país", disse Ribeiro. A UNE pediu a Niemeyer -que não cobrou pelo trabalho- um projeto mais simples para diminuir os custos da obra.
Mesmo assim, a marca do arquiteto está em um monumento de metal para homenagear o estudante desaparecido na ditadura militar. A obra será colocada na entrada do novo prédio.
Segundo o projeto, o centro cultural terá um teatro para 600 pessoas, salas de cinema, cafés, bibliotecas e auditórios.

Explicação
Com os croquis, está um texto de Niemeyer sobre o projeto: "Ao iniciar este projeto, a minha preocupação foi que, desde a entrada até o fim do terreno, os estudantes da UNE sentissem que, afinal, aquilo que desejavam lhes vai pertencer (...).
"Primeiro, o local de encontros e debates indispensável, com bar e lanchonete, acolhedor, a todos convidando. Seria, a meu ver, o ponto mais importante da praça. (...) Depois, do lado oposto, seria o setor musical (...)."



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