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URBANISMO
Maquete vai sair em 15 dias
Niemeyer projeta novo prédio para UNE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grande centro cultural, um
prédio de 13 andares, uma concha
acústica e um monumento em
homenagem ao estudante desaparecido na ditadura militar fazem parte do croqui desenhado
pelo arquiteto Oscar Niemeyer
para a reconstrução do prédio da
UNE (União Nacional dos Estudantes) na praia do Flamengo, no
Rio de Janeiro.
A maquete da construção deve
ser divulgada pelo arquiteto nos
próximos 15 dias, quando a UNE
vai lançar a campanha de arrecadação de recursos. A obra deve
custar de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões, segundo o presidente da
entidade, Wadson Ribeiro.
O prédio onde funcionava a sede nacional da UNE foi destruído
por um incêndio, ainda não esclarecido, no dia 1º de abril de 1964,
primeiro dia da vigência da ditadura militar. O governo negou ter
incendiado o local.
Os escombros do prédio foram
retirados na década de 80, e o local
virou um estacionamento. Em
1994, a UNE conseguiu do então
presidente Itamar Franco a escritura definitiva do terreno.
A intenção da entidade é iniciar
a obra em fevereiro do ano que
vem, durante a abertura da 2ª Bienal da UNE. Para isso, pretende
arrecadar recursos com a iniciativa privada e o governo do Rio.
"Não queremos uma sede política, mas recuperar a época do
CPC (Centro Popular de Cultura),
quando a entidade influía na cultura do país", disse Ribeiro. A
UNE pediu a Niemeyer -que
não cobrou pelo trabalho- um
projeto mais simples para diminuir os custos da obra.
Mesmo assim, a marca do arquiteto está em um monumento
de metal para homenagear o estudante desaparecido na ditadura
militar. A obra será colocada na
entrada do novo prédio.
Segundo o projeto, o centro cultural terá um teatro para 600 pessoas, salas de cinema, cafés, bibliotecas e auditórios.
Explicação
Com os croquis, está um texto
de Niemeyer sobre o projeto: "Ao
iniciar este projeto, a minha preocupação foi que, desde a entrada
até o fim do terreno, os estudantes
da UNE sentissem que, afinal,
aquilo que desejavam lhes vai pertencer (...).
"Primeiro, o local de encontros
e debates indispensável, com bar
e lanchonete, acolhedor, a todos
convidando. Seria, a meu ver, o
ponto mais importante da praça.
(...) Depois, do lado oposto, seria
o setor musical (...)."
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