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SEGURANÇA
Detento estava no presídio de Iaras, onde bloqueador não funcionou; vítima teve as pontas de três dedos cortadas
Por celular, preso comandou sequestro
DO "AGORA"
De dentro de uma cela da Penitenciária de Iaras (282 km de São
Paulo), com apenas um telefone
celular, o preso Antônio Evandro
de Queiroz Gonçalves, o Tonho,
comandou, durante sete dias, um
sequestro que terminou com a vítima mutilada, que foi operada.
A Penitenciária de Iaras é tida
como de segurança reforçada (nível intermediário), só atrás do isolamento de Presidente Bernardes,
Avaré 1 e Taubaté. A prisão possui
sistema de bloqueio de celulares.
Ele, porém, não funcionou.
Para chegar a Tonho, policiais
da DAS (Divisão Anti-Sequestro)
rastrearam os pedidos de resgate
feitos à família de L.A.C.S., 29, que
mora em Borda da Mata (MG).
Tonho teria só mais dois meses
de pena a cumprir, após sete anos
preso. Na ação, ele contou com a
ajuda do ex-presidiário Isaías dos
Santos Lima, o Velho Barreiro, e
de um terceiro homem, identificado como Serginho.
Segundo o delegado Marcelo
Dias, da DAS, L. foi escolhido porque, antes da prisão, Tonho costumava vender droga à vítima. Na
época, L. dizia a donos da boca-de-fumo que era dono da Atlas
Transportes. Na Atlas, porém, L. é
auxiliar, com salário de R$ 500.
Como não conseguia fazer os
parentes mais próximos de L. pagarem os R$ 450 mil exigidos, Tonho mandou que seus comparsas,
na segunda-feira, matassem o refém. Temerosos de matar a vítima, porém, os dois bandidos que
ficaram com L. no cativeiro decidiram cortar as pontas de três dedos da mão esquerda do rapaz.
Tonho avisou aos familiares que
os pedaços dos dedos haviam sido
deixados em uma caixa, abandonada no km 223 da via Dutra, perto da transportadora.
Prisão
Com as ligações sendo rastreadas, a polícia foi à casa de Tonho e
prendeu a namorada dele, que
confirmou o envolvimento do
preso no sequestro. O detento
-acusado de roubo, homicídio e
latrocínio- foi transferido para
uma prisão em São Paulo.
Os comparsas de Tonho ficaram sabendo da prisão da namorada dele e decidiram liberar a vítima na avenida do Estado, anteontem às 21h. O rapaz foi operado e continua no hospital, mas
não corre risco de morte.
Por meio de nota oficial, a assessoria de imprensa da Secretaria da
Administração Penitenciária informou que os bloqueadores de
celulares de seis das sete prisões
que têm o equipamento no Estado estão apresentando falhas,
mas que providências estão sendo
tomadas para que os problemas
sejam resolvidos pelas empresas
que os instalaram.
A secretaria informa ainda que
"as falhas nos bloqueadores vêm
acontecendo porque existe um
elevado número de frequências [a
serem bloqueadas], que precisam
de ajustes e de controle permanente de eficácia".
Ainda segundo a nota, em 2003,
graças aos detectores de metal
que existem no local, 56 visitantes
foram flagrados portando objetos
ilícitos dentro do corpo.
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