|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeito ameaça romper contratos do lixo
Segundo Gilberto Kassab (DEM), se empresas reduzirem a coleta seletiva, estarão quebrando contrato firmado com a prefeitura
Prestadoras de serviço avaliam que não será possível manter os serviços com a mesma qualidade atual após corte de 10% no valor pago
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) ameaçou ontem romper os contratos com as empresas de coleta de lixo caso elas
reduzam o recolhimento de recicláveis na cidade.
Ontem, o jornal "O Estado de
S.Paulo" publicou reportagem
dizendo que a Ecourbis poderia
suspender a coleta seletiva já a
partir de segunda-feira. A empresa negou.
As empresas foram informadas, na semana passada, de que
o valor dos contratos da coleta
-que inclui lixo domiciliar,
hospitalar e operação dos aterros sanitários- será reduzido
em 10%.
Segundo a Folha apurou, o
secretário de Serviços, Alexandre de Moraes, pediu às empresas que apresentem um novo
plano de trabalho que contemple a redução do valor.
As empresas avaliam que não
será possível manter os serviços com a mesma qualidade
atual, mas uma alternativa seria prorrogar o prazo dos investimentos que elas têm de fazer,
como compra de equipamentos, investimentos nos aterros,
coleta seletiva e coleta porta a
porta nas favelas. Kassab também rejeitou essa ideia.
"Existe contrato, os contratos preveem a coleta seletiva, e
não iremos transferir marco,
alteração dos marcos que preveem esses investimentos",
disse o prefeito.
A coleta seletiva passou a ser
obrigatória em shoppings, edifícios comerciais, indústrias e
outros empreendimentos. Os
grandes geradores de lixo têm
três meses para se adaptar.
A obrigação será apenas para
empresas que produzam mais
de 200 litros diários e condomínios mistos ou não residenciais com mais de 1.000 litros
diários. Condomínios residenciais não estão incluídos.
Além do corte na coleta de lixo, que ainda não entrou em vigor, Kassab já determinou a redução de 20% nos valores dos
contratos da varrição de ruas e
recolhimento de entulho.
Desde o anúncio dessa medida, é possível encontrar ruas
mais sujas e lixo espalhado em
vários pontos da cidade. O problema atingiu seu auge na semana passada, quando uma
forte chuva causou alagamentos na cidade. As falhas na limpeza agravaram o problema.
Kassab afirma que os cortes
na varrição não vão interferir
no volume de recursos investidos na limpeza pública neste
ano: R$ 903 milhões, segundo
ele, o mesmo valor de 2008. Para isso, no entanto, ele precisará ampliar a verba para o setor,
que hoje é de R$ 765,4 milhões.
Texto Anterior: Há 50 Anos Próximo Texto: Água a mais em frango rende multa a Sadia e Diplomata Índice
|