São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2010

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Promotoria denuncia cúpula da PRF do Rio

Policiais rodoviários federais são acusados de comandar esquema

Terceiro na hierarquia do órgão teve prisão preventiva decretada e está foragido; ele é candidato a deputado

FELIPE CARUSO
DO RIO

A cúpula da Polícia Rodoviária Federal no Rio foi afastada preventivamente ontem sob suspeita de participar de um esquema de liberação de automóveis em situação irregular e de uso de cargo público para fins eleitorais.
Os indícios dos crimes surgiram a partir de uma investigação da Polícia Federal juntamente com o Ministério Público Federal no Rio.
O chefe substituto de policiamento de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, Marcelo Lessa, terceiro na hierarquia da instituição, candidato a deputado federal pelo PR e, segundo a Promotoria, líder da quadrilha, teve a prisão preventiva decretada e está foragido.
Um assessor de Lessa, Antônio Márcio Rodrigues, e o chefe do posto da PRF na Pavuna, zona norte, Erly Simões, foram presos anteontem pela Polícia Civil sob orientação da Procuradoria.
Em nota, a Justiça Federal afirma que afastou a equipe da PF do Rio do caso por vazamentos de informações.
Carlos Hamilton Fernandes Pinheiro, superintendente da PRF, Eugênio Nemirovsky, chefe de policiamento de fiscalização da PRF, e Cristiano Morais da Silva, corregedor regional da PRF, foram afastados de seus cargos, assim como dois inspetores da delegacia da área.

ACUSAÇÕES
De acordo com os dados da Promotoria, veículos apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal na via Dutra eram irregularmente liberados no posto da Pavuna.
A Promotoria afirma ainda, em sua acusação, que Lessa atuava sobre empresas de ônibus, usando as frotas para atividades beneficentes e com fins eleitorais.
Ele também usaria veículos da PRF para propaganda de sua empresa e para promoção pessoal.
A Justiça aceitou as denúncias do Ministério Público Federal no Rio contra dez pessoas suspeitas de envolvimento no esquema.
Entre elas, está a esposa de Lessa, Camilla Fernanda Silva Lessa, denunciada por ter atuado como uma "laranja" do marido.
A operação da PF, denominada Cebus apella (nome científico do Macaco-Prego), foi deflagrada na manhã de ontem com o objetivo de cumprir 15 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva, expedidos 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Os réus responderão por formação de quadrilha, falsidade ideológica, prevaricação, concussão, corrupção ativa e passiva.


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