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SAIBA COMO ACONTECEU
Cidade teve
25 mil pessoas
e 5.000 casas
especial para a Folha
Canudos foi fundada em
1893 por Antônio Conselheiro
com o nome de Bello Monte. A
aura messiânica da cidade e de
seu fundador chegou a atrair,
de acordo com documentos do
Exército, cerca de 25 mil moradores, que viviam em 5.000
barracos -era a segunda
maior cidade da Bahia.
Atraídas pelos milagres atribuídos a Antônio Conselheiro
(Antônio Vicente Mendes Maciel) e pela fértil várzea do rio
Vaza Barris, milhares de pessoas se dirigiam a Bello Monte.
Lá, ganhavam de Antônio
Conselheiro um barraco (construído em mutirão quase que
instantaneamente) e o direito a
plantar para sobreviver. Em
contrapartida, doavam à comunidade parte da produção.
Segundo o historiador da
Uneb Manoel Antônio dos
Santos Neto, o motivo aparente
para a guerra foi uma compra
de madeira, em Juazeiro, para a
construção de uma igreja.
Conselheiro encomendou o
produto a um comerciante e
pagou adiantado. Como o comerciante não entregava o material, o "Bom Jesus" avisou
que iria buscá-lo. Se não fosse
entregue, queimaria a cidade.
O governador mandou uma
expedição militar, em novembro de 1896, interceptar os cerca de 500 conselheiristas.
Aproximadamente 150 soldados combateram os conselheiristas. Dez soldados e 150
rebeldes morreram.
Uma segunda expedição, em
janeiro de 1897, foi enviada para matar Antônio Conselheiro.
Dessa vez eram 622 soldados,
com dois canhões e quatro metralhadoras. Saldo do confronto: dez soldados mortos e mais
de 300 conselheiristas.
A terceira expedição, em
março de 1897, com 1.464 homens, foi comandada pelo violento coronel Moreira César
(apelidado de "Corta Cabeças"
por degolar seus inimigos). Depois de bombardear Canudos e
quase tomar a cidade, Moreira
César foi morto no front.
Cansado, quase sem munição e desmoralizado, o exército
fugiu. O presidente Prudente
de Morais mandou, então, no
dia 25 de junho de 1897, três generais, seis brigadas e 10 mil
soldados para derrotar os jagunços e destruir Canudos.
Dessa vez o ataque teve êxito.
Os números não são consensuais entre os historiadores,
mas a estimativa é que tenham
morrido no conflito cerca de 25
mil pessoas, sendo 5.000 militares e 20 mil civis.
Antônio Conselheiro morreu
dia 22 de setembro, de diarréia.
A Guerra de Canudos terminou dia 5 de outubro de 1897.
Os jagunços que se entregaram e foram degolados. As mulheres foram estupradas, e Canudos, queimada pelo exército.
(VA)
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