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Dinheiro deve financiar obras da prefeitura
DA REPORTAGEM LOCAL
A criação da companhia de
ativos vai permitir que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), busque no mercado
o dinheiro que não tem para financiar projetos e obras e abrir
caminho para uma eventual
reeleição, em 2008.
Kassab pretende utilizar um
mecanismo comum no setor
privado para a captação de recursos no mercado, que é o lançamento de debêntures -títulos que representam a dívida de
uma empresa. Quem adquire
esses títulos passa a ser remunerado pelas taxas de juros previstas no contrato.
Por meio desses títulos, o
prefeito Kassab pode obter dinheiro à vista para investir.
Para atrair os investidores
aos títulos da prefeitura paulistana, a administração pretende
dar como garantia do pagamento da dívida os créditos que
tem a receber nos próximos dez
anos através do PPI (Programa
de Parcelamento Incentivado).
Ou seja, o investidor teria
uma garantia contra um possível calote por parte da prefeitura. Com isso, os títulos passam
a ser mais atrativos.
Lei fiscal
A situação financeira da Prefeitura de São Paulo impede
que Kassab contrate empréstimos para financiar investimentos em razão de uma dívida que
se arrasta desde a administração do ex-prefeito Paulo Maluf
(PP), deputado federal eleito.
É que a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) impede municípios com excesso de endividamento -uma equação que
considera a relação entre a receita e a dívida líquidas- de assumir novos compromissos.
Hoje, a dívida equivale a
206% da receita líquida. Para se
enquadrar à LRF, a Prefeitura
de São Paulo terá que baixar essa relação para 120%.
No final de 2004, quando a
relação dívida/receita representava 246%, a prefeitura já
comprometia 13% das receitas
com o pagamento da dívida.
Embora a equivalência venha caindo -para 221% no final do ano passado e 206%, no
final do primeiro quadrimestre
deste ano-, Kassab ainda continuará refém da dívida, o que
compromete seu plano de governo e uma possível tentativa
de reeleição em 2008.
Ao assumir a prefeitura, o hoje governador eleito José Serra
(PSDB), amparado por uma
equipe de economistas, deu início a uma série de ajustes para
tentar obter fôlego financeiro.
O saneamento econômico,
graças ao aumento da arrecadação e ao parcelamento de dívidas com fornecedores, entre
outras medidas, porém, foi insuficiente para a gestão Serra-Kassab realizar grandes obras e
investimentos até agora.
As grandes obras previstas
para 2007, por exemplo, dependem quase que basicamente de recursos da União e, principalmente, de convênios com
o governo do Estado.
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