São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 2011

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Corregedor é suspeito de abuso no metrô

Ação sobre suspeita de abuso no metrô por corregedor é extinta

Segundo delegado, funcionário do Estado cometeu 'violação sexual' contra jovem em trem lotado na sexta-feira passada

Ele foi afastado de suas funções no governo; até a noite de ontem, suspeito não havia constituído advogado

LAURA CAPRIGLIONE

DE SÃO PAULO

Foi desligado ontem dos quadros da Corregedoria Geral da Administração, órgão da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo, o advogado Walter Dias Cordeiro Junior, 46, que desempenhava a função de corregedor desde 2 de fevereiro de 2002.
Na sexta-feira passada, às 18h40, Cordeiro Junior foi preso em flagrante sob suspeita de "violação sexual mediante fraude" contra uma jovem estudante de 21 anos em vagão de trem do metrô de São Paulo, entre as estações República e Belém.
Segundo o delegado titular Valdir de Oliveira Rosa, da Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), Cordeiro Junior, que se encontrava vestido com terno e gravata, foi preso depois de "retirar o pênis ereto para fora das calças, comprimindo-o contra as nádegas da jovem, que passou mal e teve um pequeno desmaio".
A agressão, cometida no horário de pico de passageiros do metrô, teria sido testemunhada por outra passageira e por um rapaz, que acudiram a estudante.
À polícia, a passageira que aparece como testemunha disse que Cordeiro Junior tentou assediá-la antes, mas que conseguiu se esquivar.
Já a vítima não conseguiu se desvencilhar porque o advogado a teria encurralado com seu corpo contra um corrimão do trem.
Além da vítima e das duas testemunhas, compareceram à delegacia dois metroviários que socorreram a jovem na estação e ajudaram a deter o suposto agressor.
Até ontem, Cordeiro Junior continuava preso no 31º DP (Vila Carrão, zona leste), para onde foi removido. Segundo a polícia, ele ainda não havia constituído advogado.
O delegado disse que não há registro de vídeo -"naquele vagão não há câmeras"- e que, se houvesse, não seriam de grande valia: "Em um vagão lotado como aquele, as câmeras só captariam imagens acima da cabeça dos passageiros, não uma agressão por baixo, como foi".
Comprovado, o crime de violência sexual mediante fraude enseja penas de 2 a 6 anos de reclusão. Por sua gravidade, só um juiz pode arbitrar fiança, o que não havia ocorrido até ontem. A Folha tentou entrevistar o suspeito, mas não conseguiu contato.
Desde janeiro, a Delpom registrou 53 agressões sexuais contra mulheres no metrô. Três foram consideradas "importunações graves".
Cordeiro Junior foi o autor do relatório da Corregedoria da Administração Pública sobre a licitação para as obras da linha 5-lilás do metrô.
Em 26 de outubro do ano passado, reportagem da Folha revelou que, desde 20 de abril do mesmo ano, já se conheciam os vencedores dos lotes 3 a 8 da licitação. Face à denúncia, o corregedor considerou que pode ter ocorrido "um conluio entre os licitantes", que viciaria o procedimento. E sugeriu ao Metrô que instaurasse procedimento para avaliar a anulação do processo de licitação.


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