São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2004

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AGENDA DA TRANSIÇÃO

Enquanto outros contratos são interrompidos, gestão Marta já prevê gastos de R$ 5,6 mi com propaganda para 2005

Prefeitura renova publicidade pela 7ª vez

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao mesmo tempo em que vários serviços estão sob risco por falta de verbas, a Prefeitura de São Paulo renovou pela sétima vez os seus contratos de publicidade, com validade até maio do ano que vem, já na gestão do futuro prefeito, José Serra (PSDB).
A renovação do contrato prevê um gasto de R$ 5,6 milhões com propaganda no ano que vem, até o seu vencimento, no início de maio. Segundo a prefeitura, trata-se de uma estimativa, e Serra poderá, obviamente, decidir se quer gastar esse dinheiro ou não.
O prefeito eleito tem dito a fornecedores que dívidas em atraso da atual gestão não serão quitadas por sua administração.
O Orçamento do ano que vem prevê um gasto total de cerca de R$ 15 milhões, muito abaixo da média da atual prefeitura, em torno de R$ 40 milhões por ano. A gestão Marta Suplicy (PT) afirma que valor é "adequado" e que o Orçamento foi enviado à Câmara Municipal durante a disputa eleitoral, antes do resultado.
A prefeitura mantém contratos de propaganda desde maio de 2001 com o Consórcio Parceria São Paulo, integrado por três agências de publicidades que já prestaram serviços para campanhas do PT.
No total, a administração Marta já gastou R$ 164,4 milhões em publicidade, segundo dados levantados pelo gabinete do vereador Roberto Tripoli (PSDB). A prefeitura afirma que o valor é de R$ 148 milhões. A divergência entre os números deve-se aos índices utilizados para correção da inflação.
Para Tripoli, "a prefeita não deveria comprometer recursos do próximo prefeito".
Pelos dados do tucano, Marta gastou mais até que o ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Em valores atualizados, o ex-prefeito gastou R$ 156,5 milhões.

Contratos ameaçados
O contrato foi renovado no dia 12, poucos dias depois de um outro, o dos guinchos, ter sido interrompido. Outro serviço que sofreu problemas por falta de verbas foi o de varrição, que caiu à metade até o final do ano.
Na semana passada, o contrato com a empresa que disponibilizava 35 guinchos e quatro pátios para guardar os carros guinchados foi suspenso pela CET, que começou a improvisar sua frota própria -sem equipamentos especializados- para fazer os serviços de remoção no final da gestão Marta Suplicy.
Protestos de empregados dos guinchos durante a semana prejudicaram muito o trânsito na cidade, especialmente no centro paulistano.


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